terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Adapta, Sertão


O rio Jacuípe nasce a cerca de 300km a noroeste de Salvador, em pleno sertão baiano. Suas águas percorrem 427 km até passarem a ser águas do rio Paraguaçú e, assim, chegarem à Baia de Todos os Santos. A geografia permite a existência deste rio Jacuípe, caudaloso, perene, atravessando o leste/meio norte do semiárido baiano, tendo afluentes temporários, como tipicamente são os rios do sertão. É alimentado por águas subterrâneas e de reservatórios, na longa estação seca. A bacia do rio Jacuípe conta, agora, com projeto financiado pelo Fundo Clima brasileiro, beneficiando 14 municípios dessa bacia através da ação da Adapta Sertão.

A rede articula o poder municipal, instituições públicas, privadas e do terceiro setor visando integrar recursos técnicos, científicos e humanos para ajudar o(a) pequeno(a) e médio(a) agricultor(a) a se adaptarem à mudança climática trazida pelo Aquecimento Global, que já vem se abatendo sobre o semiárido brasileiro. Preparando a população para enfrentar os efeitos negativos das mudanças climáticas, emprega metodologia de atuação baseada na implementação de tecnologia social que agrega tecnologias adequadas, micro-financiamentos, capacitação técnica e administrativa, bem como favorece acesso aos mercados.

São, por ora, 14 dos 417 municípios baianos, entre os mais de um milhar de municípios do semiárido brasileiro inscrito no Polígono das Secas, formando, ao todo, um verdadeiro desafio ciclópico preparar o Homem para continuar a ocupar este polígono, para que assim povoado continue gerações e gerações adiante. Representa o apoio à Adapta Sertão um início de ação explicitamente dirigida à Adaptação ao Aquecimento Global.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A Estratégia Alemã de Adaptação ao Aquecimento Global

O governo alemão, embora situado o país em área em que a temperatura do solo tornar-se-á, como situação típica, mais favorável à agricultura (47 a 55 graus de latitude Norte), não deixa passar em branco a necessidade de Adaptação ao Aquecimento Global, de forma a reduzir o impacto negativo em várias áreas da atividade humana. O German Federal Cabinet (2008) traz um documento que trata globalmente a questão específica da Adaptação. Foca as estratégias a serem formuladas e avança definindo alocação de recursos para as ações a serem delineadas e desenvolvidas. O objetivo de longo prazo é reduzir a vulnerabilidade da natureza e do sistema socioeconômico, assim como manter e aumentar a capacidade de adaptação aos inevitáveis efeitos da mudança climática. Coerentemente com o objetivo de longo prazo, o documento estabelece as bases para um processo de médio prazo no qual os estados federativos e os grupos sociais identifiquem progressivamente os riscos, as ações necessárias a serem determinadas, objetivos adequados a serem definidos, bem como quais medidas de adaptação devem ser desenvolvidas e implementadas.
O documento chama a atenção a que há:
- Consequências derivadas de mudanças contínuas, tais como mudança nos ciclos de vegetação, antecipações na procriação de pássaros, mudanças de longo prazo na recarga de aquíferos e reduzida necessidade de aquecimento no inverno;
- Consequências ditadas por ocorrências de eventos extremos mais frequentes e mais intensos, como pesadas chuvas e enchentes, tormentas, ondas de calor e estresse térmico, longos períodos de seca e incêndios florestais;
- Consequências de maior variabilidade climática, por exemplo, secas ocorrendo em rápida sucessão, extrapolando a capacidade dos produtores agropecuários e de exploração florestal de lidar com elas, fazendo da adaptação uma tarefa ainda mais complexa.