domingo, 31 de maio de 2015

Arquitetura para Adaptação na Região Equatorial: janelas e redes

Aparelhos de ar condicionados são cada vez mais usados. Mas, mesmo na torrida região equatorial há como evitar estes aparelhos que são solução para rebaixar a temperatura dos aposentos às custas de produzir uma contribuição substancialmente maior para o aquecimento global. Começa que o calor que jogam no meio ambiente é maior do o que retiram do ambiente onde reduzem a temperatura. Usam, em geral, indiretamente, combustível fóssil, quando esta é a origem da energia elétrica que consomem.

Há uma forma de evitar o uso dos aparelhos de ar condicionado. É o arejamento máximo do ambiente. Se consegue com as janelas ocupando ao máximo as paredes dos quartos, tal como nas salas. Quando possível, duas grandes janelas, com ampla área de venezianas, são colocadas nas paredes externas do quarto. A concepção das casas pode dar condição de uma parede interna de cada quarto ser mais alta do que a do aposento adjacente. Gera-se condição de um terceiro espaço para fluxo de ar. Esta solução está dada pelos combogós de cimento da Foto 1, por cima do guarda-roupa, por onde o ar passa quase livremante, formando uma verdadeira "terceira janela".

As redes, herdadas dos índios, por sua vez, não deixam os que nelas se deitam expostos a estarem encostados numa superfície, representada pelos colchões, onde a temperatura do corpo torna-se mais elevada, pela dificuldade de dissipação do calor do corpo na área encostada no colchão.

Para melhor uso de redes (Foto 2) é conveniente que possam ser dispostas paralelamente a uma das paredes, como, por exemplo, perpendicularmente ao eixo principal do quarto, o qual é correspondente ao seu maior lado. Para isto o lado menor do quarto deve ter no mínimo 3,40m, em vez dos 3m usais, que foram reduzidos a 2,7m nas construções mais novas. Note-se que na foto 2, abaixo, uma das redes está paralela à parede e 3,4m é a menor afastamento entre os armadores de rede que permita uma confortável instalação da rede. Há outra rede fazendo um ângulo de 30 graus com a que está paralela à parede. Três pessoas podem dormir ocupando uma área que seria destinada a uma cama de casal (a cama de casal não estaria com um lado colado na parede, estaria afastada dela 60 cm).



                               Foto 2


Foto 1

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Enfrentando el cambio climatico

As agendas de trabalho relativas às Mudanças Climáticas apresentam, em geral, um discurso onde a Adaptação é tratada com menor ênfase do que a Mitigação. E as ações efetivas de Adaptação são menos presentes do que as de Mitigação. É fácil entender a razão destes viéses.

Os países mais desenvolvidos são os mais responsáveis pelas causas antrópicas do Aquecimento Global, causa, por vez, das Mudanças Climáticas. A Adaptação lhes é fácil, pelos recursos com que dispõem e pelas suas localizações favoráveis a colherem mais frutos do que prejuízos com essas Mudanças. Lhes é difícil enxergar a extrema importância que a Adaptação representa para parte da população humana. Principalmente para os que tiram o seu sustento da terra, sem subsídios, como os habitantes de áreas remotas, em sua luta constante contra a pobreza.

Estas populações estão expostas a pragas e enfermidades antes inexistentes em seus cultivos, modificação dos padrões de precipitação com consequentes redução da umidade edáfica em períodos em que é necessária ser alta e aumento da necessidade de construir maiores reservas de água. No caso da agudização de secas plurianuais não há quantidade reservada de água que resolva. É uma situação em que "a fome pede esmola".

Há quem contribua para amenizar a situação dessas populações. Soluções práticas para o enfrentamento das Mudanças Climáticas nas zonas agrícolas andinas do Perú, por exemplo, são trazidas em Soluciones Prácticas: enfrentando el Cambio Climatico.

Soluciones Prácticas ITDG. Soluciones Prácticas: enfrentando el Cambio Climatico. Sem local, sem data. Disponível em: http://www.solucionespracticas.org.pe/Descargar/477/4437. Acesso em: 15 jan. 2015.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Um prognóstico de diferentes êxitos de Adaptação dos países da ONU.

A capacidade de Adaptação, é função de várias variáveis, entre as quais uma das mais importantes é o nível de educação populacional .  Este não deve ser  confundido, como geralmente acontece, com o número médio de anos de escolaridade. E deve ser obtido com testes adequados aplicados a cidadãos de todas as idades, não só com os que acabaram de terminar o curso primário ou outro nível mais avançado, pois há o efeito esquecimento que  reduz a analfabeto funcional uma ponderável fração dos alfabetizados de alguns anos atrás. E reduz a analfabeto funcional mesmo detentores de certificados de curso de nível médio.

Um prognóstico de êxito em Adaptação, que depende também do grau de vulnerabilidade, é apresentado em

http://hypescience.com/maioria-dos-paises-tem-chances-de-sobreviver-uma-mudanca-climatica/.

Pode-se questionar a qualidade do prognóstico. Mas não se pode deixar de reconhecer que vale, no mínimo, como um importante alerta.


segunda-feira, 4 de maio de 2015

Arquitetura, Mudanças Climáticas, Aeração

A saudabilidade das áreas construídas nas áreas úmidas tropicais é tão maior quanto maior for a renovação do ar. Deve-se usar ao máximo a capacidade de aeração que a natureza propiciar. Assim defendeu Aluyzio Bezerra Coutinho em sua tese de doutorado nos primeiros anos da década de trinta passada. E continua a ser uma proposição verdadeira.

Aerar ao máximo significa fazer esquadrias que tomem o maior espaço possível nos aposentos, nas paredes externas. Significa esquadrias com ampla área com venezianas, por onde o ar pode passar, mesmo estando as esquadrias fechadas.

Um exemplo de esquadrias satisfazendo as condições acima, de ampla aeração, está na foto abaixo. As janelas de correr, de quatro folhas independentes, tomam as paredes externas da sala (toma uma inteira parede; o que a janela não ocupa da outra parede externa é ocupado pela ampla porta, contendo a mesma altura de área envidraçada e o restante de venezianas). O parapeito baixo, da altura do espaldar das cadeiras e sofás não só contribui para  aumentar a área da esquadria, como permite a visão do mundo externo como uma continuidade do interior da sala, produzindo sensação de amplitude e de pertinência ao ambiente externo onde impera o verde. A metade inferior é de venezianas. A metade superior é envidraçada, permitindo perfeita iluminação natural, mesmo com as janelas fechadas.




As janelas estão inseridas num terraço adequado às regiões equatoriais. Os quartos, por sua vez, exploram ao máximo a possibilidade de ventilação.