quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

A importância do apito




Parece, a princípio, não haver nenhuma relação entre o uso do apito e as antropogênicas Mudanças Climáticas. Como se apitar fizesse ou não chover, que se sabe não faz. Ou fizesse ou não termos temperaturas mais amenas, que se sabe não faz. Mas pense nos apitos colocados na saída das chaleiras. Avisam quando a água já atingiu o ponto de fervura e alguma ação deve ser desenvolvida, aquela ação para a qual a água foi posta a ferver. Não havendo o apito há, em geral, mais tempo a ocorrer até a constatação da fervura e o desenvolvimento da ação subsequente, com gasto energético desnecessário e, em geral, correspondente emissão de gases de efeito estufa.

Chaleiras que apitam poupam tempo, quando substituem a atenção ao sinal visual na forma da emissão de vapor por um audível apito, um som de alerta, ouvido mesmos pelos que não estão atentos a ele. Outra tarefa que até demande a máxima e exclusiva atenção visual pode continuar a ser exercida enquanto a chaleira dá curso ao processo de aquecimento da água nela contida, até que o operador seja alertado para o atingimento da fervura, e a necessidade de sua intervenção no processo de aquecimento da água.

Representa o uso de chaleiras com apito uma oportunidade de redução de custos, pelo reconhecimento em média (consideradas as diversas situações de uso) mais rápido do atingimento da temperatura limite da água em pressão atmosférica normal,proporcionando condição de pronta extinção do processo de aquecimento ou de redução da geração de calor, limitado, então, dai em diante, se for o caso, ao necessário à manutenção da temperatura da água. Há, em média, menor gasto energético no processo de aquecimento de água para fins culinários e afins usos domésticos, e menor emissão de gases de efeito estufa, com efeito de benefício, mínimo, mas não nulo, em termos do processo de Aquecimento Global.

A redução de custos correntes e redução de emissão proporcionada pelas chaleiras com apito pode não ser alcançada por parte dos consumidores pela insistência no uso das tradicionais chaleiras sem apito, que expressam, afinal, menor custo de elaboração e, assim, menor custo de aquisição pelos consumidores. E o custo de aquisição pode ser o definidor da decisão entre os dois tipos de chaleira que estamos considerando.

Se o menor custo de aquisição das chaleiras sem apito está ainda funcionando na opção sob ótica privada feita pelos consumidores, cabe ao estado corrigir, levando os consumidores à preferência, sob suas óticas privadas, pelas chaleiras com apito. Cabe, então ser colocado uma diferença de imposto a mais nas chaleiras sem apito, tal que seja maior do que o custo de elaboração da adição do apito e que leve o preço final ao consumidor das chaleiras com apito a ser menor do que as equivalentes sem apito. Assim, fica resguardado o bem comum, um mundo em que se emite menos gases de efeitos estufa, responsáveis pelo Aquecimento Global.

Pois é, um simples apito, um componente de baixo nível tecnológico, há mais de meio século disponível nas chaleiras, se vier a se tornar de uso geral por todos os processos domésticos de por água a ferver, pode ter aumentada sua pequena contribuição à redução da intensidade do processo antropogênico de Aquecimento Global que estamos, como Humanidade, enfrentando.