sábado, 28 de março de 2020

Covid-19 e Adaptação a crises: contribuição para o Problema do Desajuste Fiscal?




Tempos do Novo Coronavirus. Nações de orçamento fiscal equilibrado se desequilibram com a inesperada redução das receitas orçamentárias previstas e simultâneo aumento de despesas. Nada a ver com o Aquecimento Global?. É uma prévia dramatizada e de tendência a desgaste de equilíbrio orçamentário, com eventos extremos, lentamente insidiosos uns, como as secas, ou altamente concentrados no tempo, como furacões em escala 5, que vão se fazendo presentes de forma mais intensa. Cabe analisar o atual problema à luz, particularmente, de um recurso que se tornou subitamente escasso. Nesta hora a restrita oferta de pessoal de área médica em alguns países recebe uma generosa e candente oferta: Voltar ao trabalho por motivos humanitários.

O apelo toca ao coração. Mas algumas perguntas sempre podem ser feitas. Os aposentados são exatamente os da área de maior risco, não necessariamente de contrair a doença, mas de sucumbir a ela caso a contraiam?
Há adequado material de proteção para os que voltam ao trabalho? Se não, é convite para apressar a ida para o além.
De quanto se reduz o déficit fiscal quando um aposentado sucumbe? Se solteiro ou viúvo, a contribuição que da à redução do déficit fiscal é a inteira aposentadoria de que fica aliviado o orçamento fiscal. Se deixa meeira, há sempre uma sensivel redução na despesa mensal orçamentária.

Cabe algumas perguntas mais para uma resposta imediata. Os bretões, anteriores à chegada dos cristianismo, fariam isso? Os romanos, anteriores à conversão ao cristianismo fariam isso?

Cada episódio de desequilíbrio orçamentário trazido por reação a eventos extremos oriundos das Mudanças Climáticas trará uma ou mais soluções para alívio das contas públicas, cada uma delas com diferentes implicações éticas e morais. Os povos mais primitivos sacrificavam jovens promissores e cheios de vida para acalmar os deuses. Há atuais que estão sacrificando, no desequilíbrio agudizado pela Pandemia do Novo Coronavirus, velhos membros do corpo de saúde. Não acalma os deuses, mas ameniza o desequilíbrio orçamentário. É racional, mas retoma horrores éticos e morais que o mundo, passada a assim chamada Segunda Guerra Mundial, pensava nunca mais voltaria a ver.  

quinta-feira, 19 de março de 2020

Boa safra prevista no Nordeste Brasileiro. Este ano.

Boa safra prevista no Nordeste Brasileiro. Este ano.

O interior do Nordeste Brasileiro, fora da mediação climática das águas oceânicas é conhecido por sua condição de exposição a grandes secas, repartidas de forma irregular entre glebas até vizinhas. Chove lá, seca cá.

A experiência da vida humana na região formou um marco útil para previsão da safra anual. É o dia de hoje, 19 de março, dia de São José, na agenda dos católicos. Nesta região, no local onde desde o início do ano não chover até 19 de março, está configurado, na visão popular do homem do semiárido nordestino, o desastre da seca. É preciso tomar as providências para um ano sem chuva. Ou, se for o caso, de um ano a mais sem chuva.

Para 2020 previsível estava um bom momento, já em janeiro, para atividades agrícolas, principalmente as de muito curto ciclo.  A Zona de Convergência Intertropical, não decepcionou, já derramou, a esta altura dos acontecimentos, records históricos de precipitação em municípios da região. A variação espacial das precipitações pode ser percebida pelo que ocorreu no estado de Pernambuco entre 9h de ontem, dia 18 e 9h de hoje, o dia marco, 19 de março. O estado de Pernambuco em sua porção continental (a ilha oceânica Fernando de Noronha pertence ao estado de Pernambuco)  é dividido em 4 mesoregiões geográficas. Na mesoregião Mata Pernanbucana as 28 estações que mediram a chuva neste período apresentaram uma média de 18,4mm. O desvio padrão, substancialmente maior do que a média, foi 26,7mm, o que denota a forte desigualdade na distribuição, que se estendeu entre 0mm, em 6 estações, e 127,5mm em uma estação.

Os habitantes do semiárido, que festejam a chuva deste 2020, devem estar atentos a que a previsão para o futuro é redução da média das chuvas, com aumento das variabilidades temporal e geográfica. Devem levar em contar em suas decisões, que haverá outros dias de São José a celebrar com boa safra à vista e persistirão e até aumentarão a frequência dos dias de São José a celebrar lamentando a falta de condições de plantio.

sábado, 7 de março de 2020

Em Tempos de Calor, Isolamento Térmico - Vermiculita Expandida, para edificações



Brasileiros são conhecidos como brincalhões. Assim, não falta brasileiro dizendo que a culpa do Aquecimento Global é do próprio Sol, mesmo sem conhecer o estudo feito por Eunice Newton Foote. Mas os brincalhões não mudariam sua interpretação da causa do Aquecimento Global se o conhecessem.

Eunice Newton Foote foi uma notável norte-americana que, preocupada, talvez intuitivamente, com um possível efeito de Aquecimento Global resultante da queima que ela via, cada vez maior, do carvão mineral jogando dióxido de carbono na atmosfera, fez um experimento interessante. Simples e poderoso quanto à conclusão. Ela não era uma cientista inscrita em instituição de pesquisa, mas usava bem os neurônios que possuía. Todos os senhores cientistas da época poderiam ter feito, antes dela, o experimento que ela fez. Mas ela o fez primeiro. Juntou alguns cilindros  de vidro cheios, uma metade deles com ar, com diferentes pressões e a outra metade com dióxido de carbono carbono, com iguais pressões, e os expôs igualmente aos raios solares. Provou que o ar absorve energia dos raios solares, pois quanto maior a pressão inicial, maior a temperatura ao final do experimento. E provou também que o dióxido de carbono absorve mais ainda a energia dos raios solares, pois cada cilindro com dióxido de carbono de idêntica pressão inicial a um de ar atingiu temperatura sistematicamente mais alta, tão mais alta quanto maior a pressão inicial, maior a temperatura final. Ou seja, o dióxido de carbono absorve mais energia solar do que o ar, portanto, concluiu, uma atmosfera com mais elevado teor de dióxido de carbono terá temperatura mais elevada. Nem precisava dizer, sofrerá as consequentes Mudanças Climáticas e seus efeitos.

Eunice Foote não tentou explicar como se dava este aquecimento maior do dióxido de carbono. Não era este o seu propósito. O recado estava bem dado. O aumento do teor de dióxido de carbono na atmosfera nos expõe a Aquecimento dela. O texto foi lido em reunião da Sociedade Americana de Ciência de 1856, por um cientista masculino, para ser melhor recebido, dado os padrões machistas da época. Foi depois publicado numa revista científica (Não foi em 1956. Não há engano. Foi em 1856 mesmo). O trabalho de Eunice Foote foi replicado de forma expandida, incluindo outros gases, por Tyde, este sim, cientista de carteirinha, alguns anos depois. E os brincalhões brasileiros podem dizer: está vendo, consolidou a prova de que a culpa do Aquecimento é do Sol, que está esquentando o dióxido de carbono.

Brincadeiras à parte, outro desconhecimento geral da população se dá em relação a um isolante térmico que pode substituir parcialmente, ou até totalmente, a areia na camada de recobrimento das paredes, com grande benefício quando uma parede for exposta aos raios solares em parte do dia, o que contribui para que um aposento se torne mais quente. E, assim, atinja temperaturas que exijam a instalação de aparelhos de ar condicionado para retirar a energia térmica que está elevando incomodamente a temperatura do aposento. Um isolante térmico que evita este efeito nocivo é a vermiculita expandida, na forma de finos grãos, no caso de substituição parcial ou total da areia na camada de recobrimento de paredes (W/0,07 mk). Há um alto retorno econômico e em termos de pegada de CO2 emitido. Não há razão para não ser usado intensamente nas paredes externas de edificações das regiões tropicais, especialmente nas sempre quentes regiões equatoriais.  Para isto é bom que as escolas de Arquitetura e de Engenharia Civil incluam informação sobre vermiculita expandida e seus usos nas construções, para fins de isolamento térmico, na formação dos arquitetos e engenheiros nestas regiões.