Parece,
a princípio, não haver nenhuma relação entre o uso do apito e as antropogênicas Mudanças Climáticas. Como se apitar fizesse ou
não chover, que se sabe não faz. Ou fizesse ou não termos
temperaturas mais amenas, que se sabe não faz. Mas pense nos apitos
colocados na saída das chaleiras. Avisam quando a água já atingiu
o ponto de fervura e alguma ação deve ser desenvolvida, aquela ação
para a qual a água foi posta a ferver. Não havendo o apito há, em
geral, mais tempo a ocorrer até a constatação da fervura e o
desenvolvimento da ação subsequente, com gasto energético desnecessário e, em geral, correspondente emissão de gases de efeito estufa.
Chaleiras
que apitam poupam tempo, quando substituem a atenção ao sinal
visual na forma da emissão de vapor por um audível apito, um som de
alerta, ouvido mesmos pelos que não estão atentos a ele. Outra
tarefa que até demande a máxima e exclusiva atenção visual pode
continuar a ser exercida enquanto a chaleira dá curso ao processo de
aquecimento da água nela contida, até que o operador seja alertado
para o atingimento da fervura, e a necessidade de sua intervenção
no processo de aquecimento da água.
Representa
o uso de chaleiras com apito uma oportunidade de redução de custos,
pelo reconhecimento em média (consideradas as diversas situações
de uso) mais rápido do atingimento da temperatura limite da água em
pressão atmosférica normal,proporcionando condição de pronta
extinção do processo de aquecimento ou de redução da geração de
calor, limitado, então, dai em diante, se for o caso, ao necessário
à manutenção da temperatura da água. Há, em média, menor gasto
energético no processo de aquecimento de água para fins culinários
e afins usos domésticos, e menor emissão de gases de efeito estufa,
com efeito de benefício, mínimo, mas não nulo, em termos do
processo de Aquecimento Global.
A
redução de custos correntes e redução de emissão proporcionada
pelas chaleiras com apito pode não ser alcançada por parte dos
consumidores pela insistência no uso das tradicionais chaleiras sem
apito, que expressam, afinal, menor custo de elaboração e, assim,
menor custo de aquisição pelos consumidores. E o custo de aquisição
pode ser o definidor da decisão entre os dois tipos de chaleira que
estamos considerando.
Se
o menor custo de aquisição das chaleiras sem apito está ainda
funcionando na opção sob ótica privada feita pelos consumidores,
cabe ao estado corrigir, levando os consumidores à preferência, sob
suas óticas privadas, pelas chaleiras com apito. Cabe, então ser
colocado uma diferença de imposto a mais nas chaleiras sem apito,
tal que seja maior do que o custo de elaboração da adição do
apito e que leve o preço final ao consumidor das chaleiras com apito
a ser menor do que as equivalentes sem apito. Assim, fica resguardado
o bem comum, um mundo em que se emite menos gases de efeitos estufa,
responsáveis pelo Aquecimento Global.
Pois
é, um simples apito, um componente de baixo nível tecnológico, há
mais de meio século disponível nas chaleiras, se vier a se tornar
de uso geral por todos os processos domésticos de por água a
ferver, pode ter aumentada sua pequena contribuição à redução da
intensidade do processo antropogênico de Aquecimento Global que
estamos, como Humanidade, enfrentando.
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