sábado, 31 de outubro de 2020

Adesão de Realeza à real prioridade de Adaptação ao Aquecimento Global

 A aplicação de atenção à Adaptação ao Aquecimento Global está sempre nos discursos, mas. em geral, é minimizada nos orçamentos, face à Mitigação do Aquecimento Global.

Um serviço à Humanidade chamando a que se encare a Adaptação com a responsabilidade devida, em termos de politica pública e de ações é prestado pela The Royal Commission into National Natural Disaster Arrangements sobre os incêndios na Austrália, cujo Relatório Final foi publicado em 28 deste outubro de 2020. 

Com base em estudos climatológicos o Relatório coloca

Globally, temperatures will continue to rise, and Australia will have more hot days and fewer cool days. Sea levels are also projected to continue to rise. Tropical cyclones are projected to decrease in number, but increase in intensity. Floods and bushfires are expected to become more frequent and more intense. Catastrophic fire conditions may render traditional bushfire prediction models and firefighting techniques less effective

Como o Report bem esclarece, 

the 2019-2020 bushfires were the catalyst for, but not the sole focus of, the inquiry. It also looked at floods, bushfires, earthquakes, storms, cyclones, storm surges, landslides and tsunamis. 

Trata-se não de mais um estudo acadêmico, mas de um realistic report that incorporates a diverse and complex body of evidence, dando pouco espaço para opiniões science denials. Nele se lê, explcitado, que Australia needed "strong adaptation measures" to deal with the impacts of future warming.

Para  os que apreciam a atenção dada a um tema pelo número de vêzes que é citado num documento, note-se que o termo Adaptação, ou expressões relativas como "adaptar a ...", é explicitamente mencionado 105 vezes no documento. Já o termo "mitigação", ou "mitigar", é mencionado 215 vezes. Alguém pode pensar ser realmente um grande progresso o aumento da atenção relativa à Adptação, traduzido por estas duas frequências absolutas. Assim seria se o termo "mitigação" estivesse sendo usado como Mitigar o Aquecimento Global como ação alternativa a Adaptação ao Aquecimento global. Deve-se esclarecer que neste Relatório o termo Mitigar está sendo usado como Mitigar um Efeito do Aquecimento Global, o que é um das formas de Adaptação. Trata-se, portanto, de se ver o conceito  Adaptação ao Aquecimento Global premiado com seu uso de tal modo que não deixa margem para o usalmente dominante conceito de Mitigação do Aquecimento Global.

A mudança no discurso oficial, governamental, abrindo espaço para o reconhecimento da real importância da Adaptação, tem neste citado Relatório seu marco inicial. É um fato compatível com que, como mencionado em 17 de julho de 2019, neste Blog dedicado a Inovação e Adaptação ao Aquecimento Global, "Entramos na Era dos Incêndios Monumentais"

São tão monumentais que empresas de seguro já não mais se interessam por segurar imóveis em certas áreas dos Estados Unidos propensas a incêndios florestais. A extensão dos danos e o risco são grande demais para empresas de seguro. Só o conjunto da sociedade pode arcar com a socialização dos prejuízos.Mas incêndios foram só o catalisador para que se desse o estudo que gerou o Relatório. O problema é mais extenso. Monumental é a magnitude do impacto dos efeitos negativos do Aquecimento Global. Adaptar para reduzir o impacto negativo é inovar para sobreviver, uma função da Adaptação não pensada por Schumpeter.  

 


quinta-feira, 25 de junho de 2020

Lições da COVID-19 para Adaptação ao Aquecimento Global:Testes para profissionais



 

O conhecimento atual para decisões sobre comportamento face a Covid-19 e válido como inspirador, com as devidas adaptações, específicas a cada caso, para futuras pandemias que podem ser facilitadas pelo Aquecimento Global. Neste espírito segue a postagem.

Nem recomendação. Os jornais, a televisão, os meios de comunicação não mencionam nem sugestão aos profissionais cuja atuação exige proximidade física com o atendido, como odontólogo(as)s, oftalmologistas, neurologistas, enfermeiro(a)s, fisioterapeutas, barbeiros, manicures, etc.

O cliente entra, encontra o seu odontólogo todo paramentado com equipamento de proteção e se sente inibido de perguntar: fez teste para o covid-19? Se lembra do programa de testes instituído pelo governo, de seu estado, de seu município. Vão testar 22% da população. Que bom, ótimo. Mas o odontólogo para o qual você vai escancarar a boca para exame e intervenção, respirando junto a você?

Ele não tem braços longos o suficiente para guardar a distância de 1,5 metros que a WHO recomenda. Se tivesse talvez a sala de espera teria as paredes cobertas com medalhas de natação. Conheceria pessoalmente o Phelps e lhe contaria como tinha sido um campeão quase tão famoso quanto ele. Mas, não, seu odontólogo não tem braços tão longos. Ele não está bem diante de você, está a centímetros de distância, ou a polegadas, se você estiver num país de origem britânica. E se ele for um assintomático? Como ele vai saber, se ele não tem sintomas e não fez teste para o covid-19? Você passou tanto tempo em quarentena, cumprindo a regra, esta sim, bem divulgada. Fique em casa. Evite contágio. A covid-19 é seríssima. Não se exponha. Fique em casa. E agora, vai mesmo perguntar ao seu odontólogo, qual o resultado do seu teste de coronavírus?

Ora o atual Presidente do Brasil, Bolsonaro, foi obrigado a expor o resultado de seus testes. E ele não estava a alguns centímetros (ou, algumas polegadas) de seu rosto. Mas e o seu odontólogo? Não pediram a ele para expor. Esqueceram dele ou esqueceram de você? Não pediram a seu oculista, que vai medir a pressão de seu olho. Não pediram à enfermeira que vai retirar os pontos da cirurgia. Não pediram ao traumatologista que vai examinar o braço quebrado do velhinho. Não pediram ao neurologista que vai tocar pontos em ambos os lados de sua face para compar a sensibilidade de seu sistema nervoso nesta área. Alguém impetrou um mandado de segurança para que o barbeiro que vai cortar sua imensa juba leonina, cultivada em meses de quarentena, lhe expusesse o resultado de seu teste nos últimos 20 dias?

Não acham que seria de bom alvitre ser exigido, ou, ao menos, fortemente recomendado, que os profissionais que vão lhe atender tendo que manter, para sua atuação, proximidade física para com o atendido, façam regularmente teste e o exibam, como exibem o alvará de funcionamento?

Esperamos que não seja só o álcool gel para passar nas mãos, a hora marcada para clientes não se encontrarem na sala de espera e outras medidas gerais, não específicas para reduzir o risco de quem tem que ser atendido por um profissional a centímetros de distância (ou de polegadas) de suas mucosas. A exigência de testes regulares (a regularidade estabelecida pelas autoridades sanitárias) e a exibição de seus resultados (para os clientes e para a fiscalização sanitária) deve ser uma medida a ser adotada enquanto a pandemia do covid-19 estiver ativa, enquanto o vírus estiver circulando.
     

 

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Lições para Adaptação ao Aquecimento Global: Covid-19. Riscos, conheça-os, evite-os


Um guia, à luz do conhecimento atual para decisões sobre comportamento face a Covid-19 e válido como inspirador, com as devidas adaptações, específicas a cada caso, para futuras pandemias que podem ser facilitadas pelo Aquecimento Global

        Postagem de Erin Bromage em:https://www.erinbromage.com
           /post/the-risks-know-them-avoid-them, de 6 de maio, 2020,
           sob título The Risks - Know Them - Avoid Them, traduzida via
           Google Tradutor, sob assistência de João Suassuna e Adriano
           Dias. Os componentes gráficos não foram incorporados
           à tradução, podendo ser acessados na obra original pelo link acima.


Parece que muitas pessoas estão respirando um pouco de alívio, e não sei por que. Uma curva epidêmica tem uma subida relativamente previsível e, uma vez atingido o pico, a inclinação posterior também pode ser prevista. Temos dados robustos dos surtos na China e na Itália, que mostram a parte traseira da mortalidade curva diminui lentamente, com mortes persistindo por meses. Supondo que acabamos de atingir as mortes em 70k, é possível perdermos mais 70.000 pessoas nas próximas 6 semanas, quando sairmos desse pico. É isso que vai acontecer com um bloqueio.

À medida que os estados reabrem, e fornecemos mais combustível ao vírus, todas as apostas são canceladas. Eu entendo as razões para reabrir a economia, mas eu já disse antes, se você não resolver a biologia, a economia não recupera.

Existem muito poucos estados que demonstraram um declínio sustentado no número de novas infecções. De fato, a partir de 3 de maio, a maioria ainda está aumentando e reabrindo. Como um exemplo simples de Tendência dos EUA, quando você retira os dados de Nova York e olha apenas para o resto dos EUA, diariamente os números de casos estão aumentando. Conclusão: a única razão pela qual o número total de novos casos nos EUA parece simples agora é porque a epidemia de Nova York era muito grande e agora está sendo contida (a partir de 3 de maio).

Assim, na maior parte do país, adicionaremos combustível ao fogo viral reabrindo. Esta indo acontecer quer eu goste ou não, então meu objetivo aqui é tentar desviá-lo de situações de alto risco.

Onde as pessoas estão ficando doentes? Sabemos que a maioria das pessoas é infectada em sua própria casa. Um membro da família contrai o vírus em comunidade e leva-o para a casa onde o contato contínuo entre os membros da família leva à infecção.

Mas onde as pessoas estão contraindo a infecção na comunidade? Eu ouço regularmente pessoas se preocupando sobre supermercados, passeios de bicicleta, corredores imprudentes que não usam máscaras em locais de preocupação? Bem, na verdade não. Deixe-me explicar. Para se infectar, você precisa se expor a uma dose infecciosa do vírus; baseado em estudos de doses infecciosas com outros coronavírus, parece que apenas pequenas doses podem ser necessárias para a infecção tomar conta. Alguns especialistas estimam que apenas 1.000 vírus virais infecciosos por SARS-CoV2 partículas são tudo o que será necessário (ref 1, ref 2). Observe que isso ainda precisa ser determinado experimentalmente, mas podemos usar esse número para demonstrar como a infecção pode ocorrer. Infecção poderia ocorrer, através de 1000 partículas virais infecciosas que você recebe de uma respiração ou de um esfregar nos olhos ou partículas virais inaladas a cada respiração por 10 respirações ou 10 partículas virais com 100 respirações. Cada dessas situações pode levar a uma infecção.
Quantos vírus são liberados no ambiente?

No banheiro: os banheiros têm muitas superfícies de toque alto, maçanetas, torneiras, portas de box. Assim o risco de transferência de fomento nesse ambiente pode ser alto. Ainda não sabemos se uma pessoa libera material infeccioso nas fezes ou apenas vírus fragmentados, mas sabemos que a descarga do vaso sanitário aerossoliza muitas gotas. Trate os banheiros públicos com cuidado extra (superfície e ar), até que saiba mais sobre o risco.

Tosse: Uma única tosse libera cerca de 3.000 gotas e as gotas viajam a 80 quilômetros por hora. A maioria das gotículas é grande e cai rapidamente (gravidade), mas muitas ficam no ar e podem atravessar um quarto em alguns segundos.

Um espirro: um único espirro libera cerca de 30.000 gotículas, com gotículas viajando a até 200 milhas por hora. A maioria das gotículas é pequena e percorre grandes distâncias (facilmente através de uma sala).
Se uma pessoa está infectada, as gotículas em uma única tosse ou espirro podem conter até 200.000.000 (duzentos milhões) de partículas de vírus que podem ser dispersas no ambiente ao seu redor.

Respiração: uma única respiração libera de 50 a 5000 gotas. A maioria dessas gotículas é de baixa velocidade e cai no chão rapidamente. Há ainda menos gotículas liberadas pela respiração nasal.

É importante ressaltar que, devido à falta de força expiratória com a respiração, partículas virais da parte inferior áreas respiratórias não são expulsas.

Ao contrário de espirrar e tossir, que liberam grandes quantidades de material viral, as gotículas respiratórias liberados da respiração contêm apenas baixos níveis de vírus. Não temos um número para SARS-CoV2 ainda, mas podemos usar a gripe como um guia. Estudos mostraram que uma pessoa infectada com influenza pode liberar até 33 partículas virais infecciosas por minuto. Mas eu vou usar 20 para manter a matemática simples.

Lembre-se da fórmula: Infecção bem-sucedida = exposição ao vírus x tempo

Se uma pessoa tosse ou espirra, essas 200.000.000 de partículas virais vão para todo lugar. Algum vírus atravessa o ar, alguns caem em superfícies, a maioria cai no chão. Então, se você estiver cara a cara com uma pessoa, conversando e essa pessoa espirra ou tosse direto para você, é muito fácil ver como é possível inalar 1.000 partículas de vírus e ser infectado.

Mas mesmo que essa tosse ou espirro não tenha sido direcionado a você, algumas gotículas infectadas - a menor das pequenas - pode ficar no ar por alguns minutos, preenchendo todos os cantos de uma sala de tamanho modesto com partículas virais infecciosas. Tudo o que você precisa fazer é entrar nessa sala alguns minutos após a tosse / espirro e respirar algumas vezes e você potencialmente recebeu vírus suficiente para estabelecer uma infecção.

Mas com a respiração geral, 20 partículas virais por minuto no ambiente, mesmo que todos os vírus terminem nos pulmões (o que é muito improvável), você precisaria de 1000 partículas virais divididas por 20 por minuto = 50 minutos.

Falar aumenta a liberação de gotículas respiratórias em cerca de 10 vezes; ~ 200 partículas de vírus por minuto. Mais uma vez, supondo que todos os vírus sejam inalados, levaria cerca de 5 minutos para recebermos pessoalmente a dose necessária.

A exposição à fórmula vírus x tempo é a base do rastreamento de contatos. Quem gasta mais de 10 minutos em uma situação presencial está potencialmente infectado. Quem compartilha um espaço com um infectado (digamos um escritório) por um período prolongado está potencialmente infectado. É também por isso que é crítico para pessoas sintomáticas para ficar em casa. Seus espirros e tosse expelem tanto vírus que você pode infectar as pessoas de uma sala inteira.

Qual o papel das pessoas assintomáticas na disseminação do vírus?

Pessoas sintomáticas não são a única maneira de eliminar o vírus. Sabemos que pelo menos 44% de todas as infecções - e a maioria das transmissões adquiridas na comunidade - ocorrem em pessoas sem qualquer sintomas (pessoas assintomáticas ou pré-sintomáticas). Você pode lançar o vírus no ambiente por até 5 dias antes do início dos sintomas.

As pessoas infecciosas ocorrem em todas as idades e todas perdem diferentes quantidades de vírus. A figura abaixo mostra que, independentemente da sua idade (eixo x), você pode ter um pouco de vírus ou muitos vírus (eixo y). (ref)

A quantidade de vírus liberado de uma pessoa infectada muda ao longo da infecção e é também diferente de pessoa para pessoa. A carga viral geralmente aumenta até o ponto em que a pessoa torna-se sintomático. Portanto, pouco antes dos sintomas aparecerem, você está liberando mais vírus para o meio Ambiente. Curiosamente, os dados mostram que apenas 20% das pessoas infectadas são responsáveis ​​por 99% da carga viral que potencialmente poderia ser liberada no meio ambiente.

Então, agora vamos ao que interessa. Onde estão os perigos pessoais da reabertura?

Quando você pensa em grupos de surtos, quais são os grandes que vêm à mente? A maioria das pessoas digamos em navios de cruzeiro. Mas você estaria errado. Os surtos de navios, embora preocupantes, não chegam ao topo. Até o momento 50 surtos.

Ignorando os terríveis surtos nos lares de idosos, descobrimos que os maiores surtos são nas prisões, cerimônias religiosas e locais de trabalho, como instalações de embalagem de carne e call centers. Qualquer ambiente fechado, com má circulação de ar e alta densidade de pessoas, significa problemas. Alguns dos maiores eventos de super propagação são:

Empacotamento de carne: nas fábricas de processamento de carne, trabalhadores densamente dispostos devem se comunicar com outro em meio ao ensurdecedor ruido de máquinas industriais e a uma câmara fria que preserva vírus em meio ambiente. Agora (nos EUA) existem surtos em 115 instalações em 23 estados, mais de 5000 trabalhadores infectado, com 20 mortos. (ref)

Casamentos, funerais, aniversários: 10% dos eventos de divulgação antecipada

Redes de negócios: redes de negócios presenciais como a Biogen Conference in Boston no final de fevereiro.

Quando voltamos ao trabalho ou vamos a um restaurante, vejamos o que pode acontecer naqueles ambientes.

Restaurantes: Alguma ótima epidemiologia demonstrou claramente o efeito de um portador assintomático único em um ambiente de restaurante (veja abaixo). A pessoa infectada (A1) sentou-se em uma mesa e jantamos com 9 amigos. O jantar levou cerca de 1 a 1,5 horas. Durante esta refeição, o portador assintomático liberou baixos níveis de vírus no ar pela respiração. Fluxo de ar (de as várias saídas de ar do restaurante) era da direita para a esquerda.

Aproximadamente 50% das pessoas na mesa da pessoa infectada ficaram doentes nos 7 dias seguintes. 75% das pessoas na vizinhança mesa a favor do vento foram infectadas. E até 2 das 7 pessoas na mesa contra o vento ficaram infectadas (acredita-se que ocorra por fluxo de ar turbulento). Ninguém nas mesas E ou F foi infectado, eles estavam fora do o fluxo de ar principal do ar condicionado à direita para o exaustor à esquerda da sala. (Ref)

Locais de trabalho: Outro ótimo exemplo é o surto em um call center (veja abaixo). Um único funcionário infectado veio trabalhar no 11º andar de um prédio. Esse andar tinha 216 funcionários. No período de uma semana, 94 dessas pessoas foram infectadas (43,5%: as cadeiras azuis). 92 daqueles 94 as pessoas adoeceram (apenas duas permaneceram assintomáticas). Observe como um lado do escritório é principalmente infectado, enquanto há muito poucas pessoas infectadas do outro lado. Embora o número exato de pessoas infectados por gotículas respiratórias / exposição respiratória versus transmissão por contacto (maçanetas, refrigeradores de água compartilhados, botões do elevador etc.) é desconhecida. Serve para destacar que estar em um espaço fechado, compartilhar o mesmo ar por um período prolongado aumenta suas chances de exposição e infecção. Outras 3 pessoas em outros andares do prédio foram infectadas, mas os autores não foram capaz de rastrear a infecção até o cluster primário no 11º andar. Curiosamente, mesmo que haja considerável interação entre trabalhadores em diferentes andares do edifício em elevadores e no lobby, o surto foi limitado principalmente a um único andar (ref). Isso destaca a importância de exposição e tempo na disseminação do SARS-CoV2.

Coros: O coro da comunidade no estado de Washington. Mesmo que as pessoas estivessem cientes do vírus e tomassem medidas para minimizar a transferência; por exemplo, eles evitaram os apertos de mão e abraços habituais. As pessoas também trouxeram sua própria música para evitar o compartilhamento e se distanciaram socialmente durante o treino. Eles até se esforçaram ao máximo para dizer aos membros do coral antes da prática que qualquer pessoa com sintomas deve ficar em casa. Um único portador assintomático infectou a maioria das pessoas presentes. O coro cantou por duas horas e meia, dentro de uma sala de ensaios fechada que era aproximadamente do tamanho de um quadra de volei.

Cantar, em maior grau do que falar, aerossoliza gotas respiratórias extraordinariamente bem. Respiração profunda enquanto cantavam facilitou as gotículas respiratórias que penetraram profundamente nos pulmões. Duas horas e meia de exposição assegurava que as pessoas fossem expostas a vírus suficientes por um período suficientemente longo tempo para a infecção ocorrer. Durante um período de 4 dias, 45 dos 60 membros do coral desenvolveram sintomas, 2 morreram. O mais jovem infectado tinha 31 anos, mas tinha em média 67 anos de idade. (link corrigido)

Esportes em ambientes fechados: Embora possa ser exclusivamente canadense, ocorreu um evento de super disseminação durante um evento de curling no Canadá. Um evento de curling com 72 participantes se tornou outro ponto de acesso para transmissão. O curling coloca os competidores e colegas de equipe em contato próximo em um ambiente interno fresco, respirando por um período prolongado. Este torneio resultou em 24 das 72 pessoas se tornando infetadas. (ref)

Festas / funerais: Apenas para ver como as cadeias de infecção podem ser simples, esta é uma história real de Chicago. O nome é falso. Bob estava infectado, mas não sabia. Bob compartilhou uma refeição para viagem, servido de pratos comuns, com 2 membros da família. O jantar durou 3 horas. No dia seguinte, Bob assistiu a um funeral, abraçando membros da família e outros presentes para expressar condolências.

Dentro de 4 dias, os dois membros da família que compartilharam a refeição estavam doentes. Um terceiro membro da família, que abraçou Bob no funeral ficou doente. Mas Bob não tinha terminado. Bob participou de uma festa de aniversário com 9 outras pessoas. Eles se abraçaram e compartilharam comida na festa de 3 horas. Sete dessas pessoas ficaram doentes.

Nos dias seguintes, Bob ficou doente, foi hospitalizado, ventilado e morreu. Mas o legado de Bob continuou vivo. Três das pessoas que Bob infectou no aniversário foram à igreja, onde eles cantaram, passaram o prato do dízimo, etc. Membros daquela igreja ficaram doentes. No total, Bob estava diretamente responsável por infectar 16 pessoas entre 5 e 86 anos de idade. Três delas morreram.
A propagação do vírus dentro da casa e de volta à comunidade através de funerais, aniversários, e acredita-se que as reuniões da igreja sejam responsáveis ​​pela transmissão mais ampla de COVID-19 em Chicago. (ref)

Certamente preocupante,  a habitualidade dos surtos

O motivo para destacar esses diferentes surtos é mostrar a semelhança dos surtos de COVID-19. Todos esses eventos de infecção ocorreram em ambientes fechados, com pessoas espaçadas, com muitas conversando, cantando ou gritando. As principais fontes de infecção são: casa, local de trabalho, transporte público, reuniões sociais e restaurantes. Isso representa 90% de todos os eventos de transmissão. Em contraste, os surtos disseminados nas compras parecem ser responsáveis ​​por uma pequena porcentagem de infecções rastreadas. (Ref)

É importante ressaltar que, dos países que realizam o rastreamento de contatos corretamente, apenas um único surto foi relatado em um ambiente externo (menos de 0,3% das infecções rastreadas). (ref) Então, voltando ao pensamento original do meu post. Os espaços internos, com troca de ar limitada ou ar reciclado e muitas pessoas, são preocupantes de um ponto de vista da transmissão. Sabemos que 60 pessoas em uma sala do tamanho de uma quadra de vôlei (coral) resultam em infecções maciças. Mesma situação com o restaurante e o call center. Distanciamento social as diretrizes não se aplicam a espaços internos onde você passa muito tempo, pois as pessoas do lado oposto da sala foram infectadas.

O princípio é a exposição viral por um longo período de tempo. Em todos esses casos, as pessoas foram expostas ao vírus no ar por um período prolongado (horas). Mesmo que eles estivessem a 50 pés de distância (coral central de atendimento telefônico), mesmo uma baixa dose do vírus no ar atingindo-os, por um período prolongado, foi o suficiente para causar infecção e, em alguns casos, morte.

As regras de distanciamento social são realmente para protegê-lo com breves exposições ou exposições ao ar livre. Nesses situações em que não há tempo suficiente para atingir a carga viral infecciosa quando você está em pé separados ou onde o vento e o infinito espaço ao ar livre para diluição viral reduz a carga viral. Os efeitos da luz solar, calor e umidade na sobrevivência viral, todos servem para minimizar o risco para todos quando do lado de fora.

Ao avaliar o risco de infecção (via respiração) no supermercado ou no shopping, é necessário considerar o volume do espaço aéreo (muito grande), o número de pessoas (restrito), quanto tempo as pessoas estão gastando na loja (trabalhadores - o dia todo; clientes - uma hora). Tomados em conjunto, por pessoa que compra: a baixa densidade, o alto volume de ar da loja e o tempo restrito que você gastar na loja, significa que a oportunidade de receber uma dose infecciosa é baixa. Mas, para o trabalhador da loja, o tempo prolongado que passa na loja oferece uma maior oportunidade de receber o dose infecciosa e, portanto, o trabalho se torna mais arriscado.

Basicamente, à medida que os fechamentos de trabalho são diminuídos, e começamos a nos aventurar mais, possivelmente até ao retomar as atividades em exercício, é necessário examinar o ambiente e fazer julgamentos. Quantas pessoas estão aqui, quanto fluxo de ar existe ao meu redor e quanto tempo vou ficar neste meio ambiente. Se você estiver em um escritório de planta aberta, realmente precisará avaliar criticamente o risco (volume, pessoas e fluxo de ar). Se você está em um trabalho que exige conversas cara a cara ou ainda pior, gritando, você precisa avaliar o risco.

Se você estiver sentado em um espaço bem ventilado, com poucas pessoas, o risco é baixo.
Se estou lá fora e passo por alguém, lembre-se de que é "dose e tempo" necessários para a infecção. Vocês teriam que estar na corrente de ar por mais de 5 minutos para ter uma chance de infecção. Embora os corredores possam estar liberando mais vírus devido à respiração profunda, lembre-se de que o tempo de exposição também é menor devido à sua rapidez. Mantenha distância física, mas o risco de infecção nesses cenários é baixo.


Enquanto eu me concentrei na exposição respiratória aqui, não esqueça as superfícies. As infectantes gotículas respiratórias pousam em algum lugar. Lave as mãos com frequência e pare de tocar seu rosto, pois podemos circular livremente em nossas comunidades e entrar em contato com mais pessoas em mais lugares com mais regularidade, os riscos para nós e nossa família são significativos. Mesmo se você estiver disposto a reabrir e retomar os negócios como de costume, faça sua parte e use uma máscara para reduzir o que você libera no ambiente. Ajudará a todos, incluindo o seu próprio negócio.

Este artigo foi inspirado em uma peça escrita por Jonathan Kay em Quillete Eventos de super propagação do COVID-19 em 28 países: padrões e lições críticas.

Sobre o autor
Erin S. Bromage, Ph.D., é Professor Associado de Biologia na Universidade de Massachusetts Dartmouth.
O Dr. Bromage se formou na Faculdade de Ciências Veterinárias e Biomédicas James Universidade de Cook, Austrália, onde sua pesquisa se concentrou na epidemiologia e imunidade a doença infecciosa em animais. Seu treinamento de pós-doutorado foi no College of William and Mary, Instituto de Ciências Marinhas da Virgínia no Laboratório de Imunologia Comparada do falecido Dr. Stephen Kaattari.
A pesquisa do Dr. Bromage concentra-se na evolução do sistema imunológico, o sistema imunológico mecanismos responsáveis ​​pela proteção contra doenças infecciosas e pelo design e uso de vacinas no controle de doenças infecciosas em animais. Ele também se concentra no design de ferramentas de diagnóstico para detectar ameaças biológicas e químicas ao meio ambiente em tempo real. O Dr. Bromage ingressou na Faculdade da Universidade de Massachusetts Dartmouth em 2007, onde ministra cursos de imunologia e doenças infecciosas, incluindo um curso neste semestre sobre Ecologia de doenças infecciosas, focada no surto emergente de SARS-CoV2 na China.

Sobre os assistentes da tradução
João Suassuna, Mestre em Botânica, é Pesquisador Titular da Fundação Joaquim Nabuco;
Adriano Batista Dias, PhD em Economia, é Professor Titular Aposentado da UFPE.

terça-feira, 19 de maio de 2020

Covid-19 fornecendo licções de Adaptação, retomada econômica e o ciclismo


Após o pico da pandemia do Covid-19 há excepcional oportunidade para efetivo apoio ao ciclismo entendido no marco da Adaptação ao Aquecimento Global


Vivemos um momento especial, em que as pessoas preferem o transporte individual, com receio de contaminação. E o uso do transporte individual, pelo risco praticamente nulo que apresenta, tem também grande valor social. Quem quer se expor, como se expõe num transporte público, a chegar em casa e contaminar seus filhos, ou seu cônjuge, ou familiares mais idosos e não menos queridos? O risco é maior do que com o uso do transporte individual. A retomada pós covid-19 é a hora das bicicletas passarem a fazer uso sistemático das ciclovias em viagens de trabalho.  No sentido de analisar apoios imediatos ao ciclismo se passa a dois pontos de grande peso nas decisões individuais de significativas parcelas da população.

Ponto 1: Contribui substancialmente ao bem-estar de grande parcela da população que os destinos de longa permanência em viagens de bicicleta, como os ambientes de trabalho, disponham de cabines com chuveiro.
Elas contribuem também para que as pessoas que chegaram ao destino pela via do uso do transporte público corram menor risco de serem contaminadas e de contaminar.

Ciclovias são instaladas pensando na redução de emissão que proporcionam, em consonância com a desentupimento socialmente difundida. Mas ciclovias são, também, instrumentos de Adaptação ao Aquecimento Global, pela contribuição que dão à saúde dos usuários,  através inclusive, do reforço ao sistema imunológico que o exercício proporciona. A vantagem do ciclismo à  saúde de que se precisa cuidar mais, é contribuição favorável à vida, ainda mais bem vinda, na medida que o avanço das Mudanças Climáticas vai construindo um mundo menos saudável, corroendo as bases do bem-estar.

A imagem de ciclovias que foram instaladas sob forte demanda pública e foram solenemente inauguradas, mas que ficam vazias nos dias de semana é bem conhecida em vários países periféricos. Provocam a ira de motoristas que tiveram as faixas de rolamento estreitadas, dificultando o tráfego dos automóveis e ônibus e aumentando o risco para os motociclistas. Por acaso isto nunca foi notado pelas autoridades municipais? Ou sempre se vai aumentando a rede de ciclovias sob a alegação de que o baixo uso se dá por não estar a rede completa?

Será que nunca ocorreu às autoridades municipais que nos países de clima tropical, que não por acaso coletam as populações de países periféricos, é extremamente desagradável chegar no trabalho suado por conta do esforço de pedalar até lá, e ter de assim continuar até o fim do expediente, quando o ambiente de trabalho não tem ar condicionado? Ou, quando há ar condicionado no ambiente de trabalho, ter de ficar exalando o cheiro do suor pelo resto do expediente mesmo depois de secadas sua roupa e sua pele?

Ao senhor prefeito a quem nunca tenha ocorrido a contribuição ao baixo uso das ciclovias pela típica inexistência de cabines com chuveiros nas construções que abrigam ambientes de trabalho, sugerimos marcar uma importante reunião do secretariado às 13h30 de um dia com previsão de sol intenso. A experiência só vale se procurar uma situação, dramatizada pelo  horário, mas parecida com a vivida pelos "colaboradores", um eufemismo adotado nos dias de hoje para denominar funcionários. Ou seja, a uns dois quilômetros de distância antes da reunião seja servido um almoço aos que dela vão participar  (não vale se os dois quilômetros no sentido "local de almoço-local da reunião" forem consistentemente de descida) e que todos se toquem do local do almoço para o local da reunião, usando bicicletas como meio de locomoção. E em lá chegando, nada de banho. Que partam imediatamente para a reunião  É importante que metade ou mais do trajeto seja não ensombrado, como  usualmente ainda não são as ciclovias inauguradas nos últimos anos (Não vale ter, neste percurso, sol nas descidas e sombra nas subidas. Nesta experiência é preciso ser equânime). Desejamos boa reunião. Mas, embora ficássemos subidamente honrados com um eventual convite para dela participar, declinamos por antecipação. Somos favoráveis a ciclovias ensombradas e cabines com chuveiros nos locais de destino para longa permanência.


A instalação de cabines com chuveiros é, em geral, fácil de ser executada. E pode concorrer para ser ainda mais fácil a legislação estabelecer um diâmetro mínimo de 40 mm para a tubulação de drenagem, até à rede predial, providenciado acessos para desentupimento, ou se legislação especial for instituída, onde as exigências para drenagem forem maiores..

Empresários espremidos pelas agruras econômicas trazidas como efeito da pandemia, tipicamente não estarão dispostos a introduzir um elemento adicional em seus espaços, cabines com chuveiros, que requer pequeno, mas não nulo investimento. A contribuição ao bem-estar público que cabines com chuveiros nos destinos de longa permanência só será alcançada se uma regulamentação legal da Prefeitura os levar a isto, que pode ser aplicado como condição, segundo parâmetros que tecnicamente e observado os devidos aspectos econômicos sejam estabelecidos, para a abertura de novos negócios e, dado um prazo razoável, para os que já estão funcionando.

Ponto 2: A questão de incentivar o uso das ciclovias não se esgota em dar oportunidade do ciclista banhar-se antes do trabalho. É preciso, também, parar de desincentivar o uso da bicicleta. O sistema de políticas públicas brasileiro, por exemplo, desincentiva fortemente o uso da bicicleta. Sim, o trabalhador recebe do empregador, por decisão legal, todo o gasto com transporte de ida ao trabalho e retorno que exceder 6% do seu salário, desde que ele obrigatoriamente abra mão do uso das ciclovias, em suas viagens para e do trabalho, usando o sistema público de transporte. E caso ele de alguma forma receba o vale-transporte, mas seja visto chegando de bicicleta ao trabalho, torna-se passível de demissão por justa causa, com imensa perda de direitos trabalhistas indenizatórios.

A transformação da política pública descrita, desincentivadora do uso da bicicleta como meio de transporte para idas ao trabalho e vinda dele é simples. Basta permitir que os recursos do vale-transporte, esse o nome que é dado ao benefício trabalhista, possa ser usado para qualquer fim outro que não necessariamente o uso do sistema público de transporte. Assim, quem vai e volta de bicicleta pode incorporar à sua renda disponível para outros fins os recursos que seriam gastos com o transporte emissor de poluição e gases de efeito estufa. Melhor para o ambiente urbano, para a atual e as futuras gerações e para o bolso do trabalhador. Melhor, também, numa visão de curto prazo, para os trabalhadores, em geral afogados em débitos construídos no decurso dos lockdowns e outras medidas que vem causando previsões econômicas catastróficas quanto ao comportamento do PIB e da renda média disponível para consumo, atribulando principalmente as classes menos favorecidas, ou seja a expressão populacional da dívida social dos países periféricos.

Estamos portanto diante de uma situação em que não há conflito entre o curto e o longo prazo. Neste caso, o curto e o longo prazo se unem indicando uma importante oportunidade de adoção do saudável ciclismo por uma parte adicional da população. Estamos, na retomada da economia, que em muitos países periféricos se dará um ou dois meses adiante, alertando para que se exerça a vantagem do pensamento adiante, do planejamento. Dois pontos representam uma oportunidade na retomada: a possibilidade de conclusão satisfatória de viagens de bicicleta ao trabalho; a ocasião para parar o desincentivo ao uso das ciclovias, deixando de torná-las menos atraente e passando a torná-las mais atraentes também do ponto de vista econômico para uma expressiva parcela da população

sábado, 18 de abril de 2020

Covid-19 e lições de Adaptação: diferentes apresentações de dados estatísticos de acordo com diferentes fins desejados



Algo extremamente simples como uma simples divisão pode ter importância desmedidamente grande, relativamente à sua extrema simplicidade. Vejamos. Reações a condições intensamente adversas são melhor conduzidas quando todos os cidadãos entendem bem o quadro diante do qual estão postos. Seja por conta de um evento extremo trazido pelo Aquecimento Global, seja por uma pandemia.  Assim uma observação sobre apresentação de dados estatísticos de forma mais favorável a uma melhor capacidade da população apreender o seu significado é válido em ambas as situações.

No momento temos uma pandemia, a do covid19. O isolamento social é aplicado a grande maioria dos habitantes desta Terra. A população está assustada, o que a torna atenta e ávida por informação relevante e de fonte garantida. Eis que o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) da Prefeitura de Recife, aquela cidade da costa Leste do Nordeste brasileiro, onde meio século atrás se costumava, como chiste, dizer que seus dois rios, o Capibaribe e o Beberibe se juntavam para formar o Oceano Atlântico e por extensão, os demais mares e oceanos,  oferece informação sobre o andamento  do número de contaminados pelo Covid19. Para fins de comentário, destacamos um número mínimo de bairros entre os constantes da lista apresentada no dia 07/04/2020.

Número de contaminados:

Boa viagem: 27
Torre: 11 
Graças: 7
Espinheiro: 5

São bairros de relativa alta renda per capita, tendo principalmente recebido o vírus incorporado em moradores que chegaram de viagens à Europa e adjacências culturais. O vírus ainda está circulando mais fortemente em bairros de relativa alta renda per capita. Mas, infelizmente, por contaminação comunitária, é difícil que se evite terminar o vírus batendo na porta dos que já carregam as dívidas social e educacional do Brasil.

Os dados de número absoluto de contaminados por bairro podem fornecer uma certa ideia do risco de contaminação, quando do uso de serviços de facilidades do espaço urbano, como padarias, farmácias e os indispensáveis supermercados, na suposição de sejam em igual número nos bairros considerados. É uma suposição fraca. De maior conexão com o mundo real é a suposição de que estes equipamentos urbanos são em número proporcional às populações dos bairros, quando o número de contaminados relativamente à população do bairro ganha importância.

Com dados em termos de número absoluto de contaminados foi publicada de matéria, em site de jornal nacional, ao título: Boa Viagem  e  Torre lideram confirmações de coronavírus no Recife. E, embora a consideração do número absoluto de casos por bairro não traduza a melhor ideia do risco, ela está sendo usada 
                                       "para que a equipe de saúde da cidade entenda os
                                        casos e realize a vigilância dos bairros"

O perigo existente em cada bairro, em condição de coeteris paribus, não é fornecida pelo número absoluto de casos, como na informação apresentada pela Prefeitura, pois os bairros são muito diferentes quanto às suas populações e outras variáveis relevantes para análise de contaminação. O próprio site da Prefeitura de Recife apresenta, em outra área, as populações destes bairros, segundo o número de habitantes registrado no censo de 2010, sendo:

Boa Viagem:  122.922
Graças:            20.538
Torre:              17.903
Espinheiro:     10.438
 

A informação em termos de contaminados por cada 10.000 habitantes em cada bairro, ou outro indicador que seja, relativizando o número de contaminados à população, é sensivelmente mais relevante do que o número absoluto de contaminados (discussão de conteúdo técnico é apresentada em um texto, Propriedades Gerais dos Índices de Desigualdade da Distribuição Regional de Valores Médios de um Atributo, concernente a leitores interessados nos domínios da Estatística).

Em termos de número de contaminados por cada 10.000 habitantes,tem-se:

Torre:            6,1
Espinheiro:   4,8
Graças:         3,4
Boa Viagem: 2,2

Assim apreciada a informação, Boa Viagem não lidera os casos de contaminação. A densidade de contaminação na Torre é praticamente 3 vezes a de Boa Viagem. Os dados estatísticos em termos relativos, trabalhando com os dados absolutos e as populações tomariam, para serem calculados, um certo tempo em termos de número de homem x minutos. Este tempo se reproduz para cada leitor que deseje conhecer a informação mais relevante, em termos de densidade populacional. Poupa-se este tempo adicional de cálculo de cada interessado se a informação for apresentada de forma mais adequada.

Mas a Prefeitura de Recife não está sozinha em apresentar dados de frequência absoluta por unidades territoriais. Organizações mundiais e organizações de países desenvolvidos, dos governos e até de centros técnicos científicos, além de requintados meios de divulgação, assistidos por equipes de estatísticos e de doutores em estatística usam com frequência  apresentar, por exemplo, a emissão de gases de efeito estufa entre os países em termos absolutos, não importando se pelo Vaticano, o menor país do mundo, por Mônaco, o segundo menor, ou se pelo Brasil. Assim, apresentam a China como o maior poluidor em nível mundial e o Brasil como um grande poluidor, quando na realidade a emissão per capita da China está abaixo dos dez mais intensamente poluidores, e a do Brasil é tão baixa, que se a emissão per capita mundial fosse igual à brasileira, a Terra estaria muito longe do momento que se se poderia começar a ser perceptível o Aquecimento Global. Afinal de contas, na matriz de energia elétrica brasileira, 83% é a contribuição das fontes renováveis, a tendo a hidrelétrica a participação de 68,3%. Mas a meios de divulgação, jornais e empresas de televisão, expõem com ênfase a informação estatística que é verdadeira, é apresentada de forma inadequada, fazendo crer que os brasileiros são grandes poluidores e devem embarcar em medidas de custo econômico, alto que seja, e desistir de aproveitar oportunidades que a evolução da economia abre, para ajudar a mitigar um fenômeno que outros causaram com emissões acumuladas mais de uma dezena de vezes maior do que a per capita brasileira. 

A  própria BBC, agência de notícias britânica, independente do governo, não deixa de ser britânica. Assim compreende-se que apresente as mortes por covid19 só em termos do total em cada país que aborde, como em 25 de abril de 2020, quando anuncia 20 mil mortos na Inglaterra e 50 mil nos Estados Unidos. Impactante que seja a estatística norte-americana é mais leve do que a inglesa. Levando em conta que as populações são de 67 milhões para o arquipélago e 328 milhões nos US, são 152 mortes por milhão de habitantes nos Estados Unidos e 298 por milhão de habitantes no Reino Unido. Esta mesma agência de notícias, não se sabe se por alguma razão de interesse ou qual motivo, enfim, apresenta o Brasil, nesta segunda semana de maio de 2020, como o foco do covid-19 na América do Sul, por ter um total de 147 mil casos, o maior número de casos desta região. Mas o Brasil tem 695 casos por milhão de habitantes, segundo os dados oficiais. E o seu vizinho Peru, tem 1.252 contaminados por milhão de habitantes, usando dados  de mesma natureza, oficiais. Afinal, quem é o foco, o Brasil ou o Peru?

A Prefeitura de Recife não tem razão política para apresentar o bairro de Boa Viagem como o mais perigoso e o Espinheiro como menos, entre os 4 que aqui consideramos. Portanto, diferentemente de organizações que têm interesses geopolíticos específicos, nada impede que adicione um pouco mais de esforço e apresente os dados em pauta em termos mais relevantes, servindo melhor aos que vão apreciar seus dados de contaminados:  contaminados por cada 10.000 habitantes, ou apresentação equivalente.






sábado, 4 de abril de 2020

Covid-19 e Adaptação a crises: Inovação da Polícia Rodoviária Federal brasileira, em tempo de crise da pandemia, na forma de Apoio aos que operam o serviço de transporte rodoviário

Covid-19, Inovação da Polícia Rodoviária Federal brasileira, em tempo de crise da pandemia, na forma de Apoio aos que operam o serviço de transporte rodoviário

Todos em casa! para redução da propagação do Covid-19. Realmente a revolução da microeletrônica trouxe um mundo impensável há 50 anos atrás. Um incrível volume de serviços essenciais podendo ser processados, estando as pessoas em suas casas. Até peças de reposição podem ser feitas no próprio local da reposição, com impressoras 3D. Ótimo, mas é sempre bom lembrar que a velha economia, com trabalho sobre a terra, fábricas mecânico-metalúrgicas, fábricas químicas continua essencial. A impressora 3D funciona até enquanto exista insumo para ela. É verdade que se pode realizar tele-cirugias, mas se não existir a confluência continuada de insumos para a realização da tele-cirurgia, em algum momento sua continuidade deve obrigatoriamente parar. Nem as pessoas, em suas casas, conseguem sobreviver somente com informação.

A Revolução Industrial trouxe a intensificação da divisão de trabalho e seu reverso, a intensificação, para fins produtivos, da movimentação de pessoas e bens. A interdependência interespacial foi se tornando cada vez de maior peso na produção global. O resultado é que, mesmo no curto prazo, cada um em sua casa traz uma crescente  dificuldade para manutenção da produção do essencial, porque a produção do essencial não se desgarrou do movimento dedependência de intensificação da divisão social do trabalho e, portanto, da movimentação de pessoas  e bens.

Neste sentido, saudamos a Inovação da Polícia Rodoviária Federal brasileira de montar e disponibilizar um sistema de informação sobre atividades de apoio em funcionamento nas rodovias federais aos caminhoneiros que têm que continuar a cruzar o território brasileiro para manter funcionando os essenciais serviços de saúde, de abastecimento da população, de segurança e todos os demais serviços essenciais à manutenção da vida e da ordem pública.

Mantenha-se o distanciamento social. Fique em casa quem o ficar em casa não vier a por em risco o abastecimento dos hospitais, dos serviços de saúde, enfim, dos serviços essenciais  população. Proceda cada um com responsabilidade para consigo e para com os outros de forma a não oferecer espaços para a propagação da Covid 19. E saudemos a inovação de tornar disponível informação sobre o apoio aos que, para o Bem Comum, precisam continuar em suas funções fora de casa, levando carga indispensável.

sábado, 28 de março de 2020

Covid-19 e Adaptação a crises: contribuição para o Problema do Desajuste Fiscal?




Tempos do Novo Coronavirus. Nações de orçamento fiscal equilibrado se desequilibram com a inesperada redução das receitas orçamentárias previstas e simultâneo aumento de despesas. Nada a ver com o Aquecimento Global?. É uma prévia dramatizada e de tendência a desgaste de equilíbrio orçamentário, com eventos extremos, lentamente insidiosos uns, como as secas, ou altamente concentrados no tempo, como furacões em escala 5, que vão se fazendo presentes de forma mais intensa. Cabe analisar o atual problema à luz, particularmente, de um recurso que se tornou subitamente escasso. Nesta hora a restrita oferta de pessoal de área médica em alguns países recebe uma generosa e candente oferta: Voltar ao trabalho por motivos humanitários.

O apelo toca ao coração. Mas algumas perguntas sempre podem ser feitas. Os aposentados são exatamente os da área de maior risco, não necessariamente de contrair a doença, mas de sucumbir a ela caso a contraiam?
Há adequado material de proteção para os que voltam ao trabalho? Se não, é convite para apressar a ida para o além.
De quanto se reduz o déficit fiscal quando um aposentado sucumbe? Se solteiro ou viúvo, a contribuição que da à redução do déficit fiscal é a inteira aposentadoria de que fica aliviado o orçamento fiscal. Se deixa meeira, há sempre uma sensivel redução na despesa mensal orçamentária.

Cabe algumas perguntas mais para uma resposta imediata. Os bretões, anteriores à chegada dos cristianismo, fariam isso? Os romanos, anteriores à conversão ao cristianismo fariam isso?

Cada episódio de desequilíbrio orçamentário trazido por reação a eventos extremos oriundos das Mudanças Climáticas trará uma ou mais soluções para alívio das contas públicas, cada uma delas com diferentes implicações éticas e morais. Os povos mais primitivos sacrificavam jovens promissores e cheios de vida para acalmar os deuses. Há atuais que estão sacrificando, no desequilíbrio agudizado pela Pandemia do Novo Coronavirus, velhos membros do corpo de saúde. Não acalma os deuses, mas ameniza o desequilíbrio orçamentário. É racional, mas retoma horrores éticos e morais que o mundo, passada a assim chamada Segunda Guerra Mundial, pensava nunca mais voltaria a ver.  

quinta-feira, 19 de março de 2020

Boa safra prevista no Nordeste Brasileiro. Este ano.

Boa safra prevista no Nordeste Brasileiro. Este ano.

O interior do Nordeste Brasileiro, fora da mediação climática das águas oceânicas é conhecido por sua condição de exposição a grandes secas, repartidas de forma irregular entre glebas até vizinhas. Chove lá, seca cá.

A experiência da vida humana na região formou um marco útil para previsão da safra anual. É o dia de hoje, 19 de março, dia de São José, na agenda dos católicos. Nesta região, no local onde desde o início do ano não chover até 19 de março, está configurado, na visão popular do homem do semiárido nordestino, o desastre da seca. É preciso tomar as providências para um ano sem chuva. Ou, se for o caso, de um ano a mais sem chuva.

Para 2020 previsível estava um bom momento, já em janeiro, para atividades agrícolas, principalmente as de muito curto ciclo.  A Zona de Convergência Intertropical, não decepcionou, já derramou, a esta altura dos acontecimentos, records históricos de precipitação em municípios da região. A variação espacial das precipitações pode ser percebida pelo que ocorreu no estado de Pernambuco entre 9h de ontem, dia 18 e 9h de hoje, o dia marco, 19 de março. O estado de Pernambuco em sua porção continental (a ilha oceânica Fernando de Noronha pertence ao estado de Pernambuco)  é dividido em 4 mesoregiões geográficas. Na mesoregião Mata Pernanbucana as 28 estações que mediram a chuva neste período apresentaram uma média de 18,4mm. O desvio padrão, substancialmente maior do que a média, foi 26,7mm, o que denota a forte desigualdade na distribuição, que se estendeu entre 0mm, em 6 estações, e 127,5mm em uma estação.

Os habitantes do semiárido, que festejam a chuva deste 2020, devem estar atentos a que a previsão para o futuro é redução da média das chuvas, com aumento das variabilidades temporal e geográfica. Devem levar em contar em suas decisões, que haverá outros dias de São José a celebrar com boa safra à vista e persistirão e até aumentarão a frequência dos dias de São José a celebrar lamentando a falta de condições de plantio.

sábado, 7 de março de 2020

Em Tempos de Calor, Isolamento Térmico - Vermiculita Expandida, para edificações



Brasileiros são conhecidos como brincalhões. Assim, não falta brasileiro dizendo que a culpa do Aquecimento Global é do próprio Sol, mesmo sem conhecer o estudo feito por Eunice Newton Foote. Mas os brincalhões não mudariam sua interpretação da causa do Aquecimento Global se o conhecessem.

Eunice Newton Foote foi uma notável norte-americana que, preocupada, talvez intuitivamente, com um possível efeito de Aquecimento Global resultante da queima que ela via, cada vez maior, do carvão mineral jogando dióxido de carbono na atmosfera, fez um experimento interessante. Simples e poderoso quanto à conclusão. Ela não era uma cientista inscrita em instituição de pesquisa, mas usava bem os neurônios que possuía. Todos os senhores cientistas da época poderiam ter feito, antes dela, o experimento que ela fez. Mas ela o fez primeiro. Juntou alguns cilindros  de vidro cheios, uma metade deles com ar, com diferentes pressões e a outra metade com dióxido de carbono carbono, com iguais pressões, e os expôs igualmente aos raios solares. Provou que o ar absorve energia dos raios solares, pois quanto maior a pressão inicial, maior a temperatura ao final do experimento. E provou também que o dióxido de carbono absorve mais ainda a energia dos raios solares, pois cada cilindro com dióxido de carbono de idêntica pressão inicial a um de ar atingiu temperatura sistematicamente mais alta, tão mais alta quanto maior a pressão inicial, maior a temperatura final. Ou seja, o dióxido de carbono absorve mais energia solar do que o ar, portanto, concluiu, uma atmosfera com mais elevado teor de dióxido de carbono terá temperatura mais elevada. Nem precisava dizer, sofrerá as consequentes Mudanças Climáticas e seus efeitos.

Eunice Foote não tentou explicar como se dava este aquecimento maior do dióxido de carbono. Não era este o seu propósito. O recado estava bem dado. O aumento do teor de dióxido de carbono na atmosfera nos expõe a Aquecimento dela. O texto foi lido em reunião da Sociedade Americana de Ciência de 1856, por um cientista masculino, para ser melhor recebido, dado os padrões machistas da época. Foi depois publicado numa revista científica (Não foi em 1956. Não há engano. Foi em 1856 mesmo). O trabalho de Eunice Foote foi replicado de forma expandida, incluindo outros gases, por Tyde, este sim, cientista de carteirinha, alguns anos depois. E os brincalhões brasileiros podem dizer: está vendo, consolidou a prova de que a culpa do Aquecimento é do Sol, que está esquentando o dióxido de carbono.

Brincadeiras à parte, outro desconhecimento geral da população se dá em relação a um isolante térmico que pode substituir parcialmente, ou até totalmente, a areia na camada de recobrimento das paredes, com grande benefício quando uma parede for exposta aos raios solares em parte do dia, o que contribui para que um aposento se torne mais quente. E, assim, atinja temperaturas que exijam a instalação de aparelhos de ar condicionado para retirar a energia térmica que está elevando incomodamente a temperatura do aposento. Um isolante térmico que evita este efeito nocivo é a vermiculita expandida, na forma de finos grãos, no caso de substituição parcial ou total da areia na camada de recobrimento de paredes (W/0,07 mk). Há um alto retorno econômico e em termos de pegada de CO2 emitido. Não há razão para não ser usado intensamente nas paredes externas de edificações das regiões tropicais, especialmente nas sempre quentes regiões equatoriais.  Para isto é bom que as escolas de Arquitetura e de Engenharia Civil incluam informação sobre vermiculita expandida e seus usos nas construções, para fins de isolamento térmico, na formação dos arquitetos e engenheiros nestas regiões.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

A importância do apito




Parece, a princípio, não haver nenhuma relação entre o uso do apito e as antropogênicas Mudanças Climáticas. Como se apitar fizesse ou não chover, que se sabe não faz. Ou fizesse ou não termos temperaturas mais amenas, que se sabe não faz. Mas pense nos apitos colocados na saída das chaleiras. Avisam quando a água já atingiu o ponto de fervura e alguma ação deve ser desenvolvida, aquela ação para a qual a água foi posta a ferver. Não havendo o apito há, em geral, mais tempo a ocorrer até a constatação da fervura e o desenvolvimento da ação subsequente, com gasto energético desnecessário e, em geral, correspondente emissão de gases de efeito estufa.

Chaleiras que apitam poupam tempo, quando substituem a atenção ao sinal visual na forma da emissão de vapor por um audível apito, um som de alerta, ouvido mesmos pelos que não estão atentos a ele. Outra tarefa que até demande a máxima e exclusiva atenção visual pode continuar a ser exercida enquanto a chaleira dá curso ao processo de aquecimento da água nela contida, até que o operador seja alertado para o atingimento da fervura, e a necessidade de sua intervenção no processo de aquecimento da água.

Representa o uso de chaleiras com apito uma oportunidade de redução de custos, pelo reconhecimento em média (consideradas as diversas situações de uso) mais rápido do atingimento da temperatura limite da água em pressão atmosférica normal,proporcionando condição de pronta extinção do processo de aquecimento ou de redução da geração de calor, limitado, então, dai em diante, se for o caso, ao necessário à manutenção da temperatura da água. Há, em média, menor gasto energético no processo de aquecimento de água para fins culinários e afins usos domésticos, e menor emissão de gases de efeito estufa, com efeito de benefício, mínimo, mas não nulo, em termos do processo de Aquecimento Global.

A redução de custos correntes e redução de emissão proporcionada pelas chaleiras com apito pode não ser alcançada por parte dos consumidores pela insistência no uso das tradicionais chaleiras sem apito, que expressam, afinal, menor custo de elaboração e, assim, menor custo de aquisição pelos consumidores. E o custo de aquisição pode ser o definidor da decisão entre os dois tipos de chaleira que estamos considerando.

Se o menor custo de aquisição das chaleiras sem apito está ainda funcionando na opção sob ótica privada feita pelos consumidores, cabe ao estado corrigir, levando os consumidores à preferência, sob suas óticas privadas, pelas chaleiras com apito. Cabe, então ser colocado uma diferença de imposto a mais nas chaleiras sem apito, tal que seja maior do que o custo de elaboração da adição do apito e que leve o preço final ao consumidor das chaleiras com apito a ser menor do que as equivalentes sem apito. Assim, fica resguardado o bem comum, um mundo em que se emite menos gases de efeitos estufa, responsáveis pelo Aquecimento Global.

Pois é, um simples apito, um componente de baixo nível tecnológico, há mais de meio século disponível nas chaleiras, se vier a se tornar de uso geral por todos os processos domésticos de por água a ferver, pode ter aumentada sua pequena contribuição à redução da intensidade do processo antropogênico de Aquecimento Global que estamos, como Humanidade, enfrentando.

domingo, 19 de janeiro de 2020

Prevenção de mortes em flash floods



A atmosfera e os oceanos vem estando cada vez mais quentes. É resultado do Aquecimento Global e consequentes Mudanças Climáticas. Oceanos mais quentes aumentam a evaporação e atmosfera mais quente passa a poder reter mais água na forma de vapor. A água sobe da superfície das águas acumuladas em fluxo tão mais intenso quanto mais alta a temperatura. Os ventos também favorecem a maior fluxo de água na forma de vapor se formar e se incorporar à atmosfera. E temperaturas mais altas favorecem a ventos mais fortes. O ritmo de volta à superfície da Terra das águas evaporadas é diferente do ritmo de evaporação. Mais vapor de água na atmosfera leva as chuvadas a se tornarem em média mais intensas. E extremas intensidades de precipitação vão se tornando mais frequentes. Cada vez mais no deparamos com notícias de enchentes que pegam de surpresa motoristas em áreas onde as águas vão subindo e os carros são arrastados pela correnteza. Dependendo de para onde são levados esses carros o risco de morte pode ser alto. E, de fato, parte das mortes que ocorrem em carros arrastados poderiam ter sido evitadas se os motoristas tivessem conhecimento de como agir quando presos numa área onde a água de uma enchente vai subindo depois do motor do carro haver parado.

Os especialistas em salvamento recomendam que quando a água passa algo como um palmo acima do limite inferior da porta do carro e a água continua subindo, deve-se abrir uma porta do carro enquanto é tempo de evitar que flutue. A água entra no carro, produzindo danos no seu interior, mas o veículo torna-se aderente ao solo, podendo ser arrastado só em condições extremadas de alta velocidade das águas, que em geral não se verificam. São levados os que flutuam e, em geral, ficam fixos os que estão apoiados no solo.

A difusão maciça da informação aos motoristas sobre como proceder em caso de  ser surpreendido com uma enchente certamente é uma ação benéfica (Veja ABCNews, AutoSerra, Exame,  G1, Life Lanes, LifeLink, Motorpasión, Procar) Mas pode-se ir mais adiante como medida preventiva. Não se deve perder a oportunidade da formação de motoristas sem que sejam instruídos sobre como proceder numa emergência destas. É conveniente que a formação dos motoristas, para obtenção da carteira de motorista, inclua instruções sobre como proceder em caso de enchentes que rapidamente envolvam seus veículos. Mesmo que nas cidades onde moram não haja áreas onde  possam haver flash floods deve-se reconhecer que as carteiras são de validade nacional, o que lhes permite dirigir veículos em áreas de outras conformações topográficas e urbanas, onde traiçoeiras enchentes locais podem por em perigo vidas que estejam em veículos sob suas direções.


Inovação  e  Adaptação  ao  Aquecimento  Global
.....Adaptation to Global Warming: innovation to survive.....

Iniciado em 9 de fevereiro de 2011
representa um ato voluntário de seus responsáveis
como contribuição a que a Adaptação seja leva a sério,
 visando minoração dos efeitos negativos das 
Mudanças Climáticas, principalmente sobre os menos
 favorecidos, coincidentemente sobre quem, em geral,
recaem os efeitos negativos desta mudança antropogênica, 
gerada principalmente pelo processo de desenvolvimento dos
 povos mais ricos.

Se concorda com esta postagem sugerimos contribuir a seus
 objetivos divulgando-a. 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Crise climática provavelmente aumentará mortes violentas de jovens


O The Guardian traz artigo sobre uma interessante relação de efeito das Mudanças Climáticas, precisamente sobre o provável aumento do índice de mortes violentas de jovens: “Climate crisis likely to increase violent deaths of young people”.


O artigo foca o efeito do aumento da temperatura sobre o comportamento das pessoas, arguindo que este efeito causa na resposta masculina dos jovens ao aumento da temperatura exposição de forma mais marcante do que o resto da população a situações de risco de morte por acidentes veiculares, violência, suicídios e afogamento. Procura chamar a atenção à formulação de Políticas Públicas que amenizem a questão levantada:

We need to respond to this threat with better preparedness in terms of emergency services, social support and health warnings.” (CARRINGTON, 2020)


A incidência de acidentes veiculares aumenta com a temperatura, tanto por mudança na condição de direção dos veículos, como pelo uso mais intenso de veículos para viagens. Os jovens são mais reativos, em termos destas citadas variáveis, relativamente ao aumento da temperatura.

Eles, os jovens masculinos, aumentam mais a ingestão de bebidas alcoólicas, concorrendo a aumento dos fatores acima citados, relacionados a aumento da mortalidade.

Ao focar efeitos diretos do aumento da temperatura sobre o comportamento dos indivíduos o artigo merece uma complementação chamando a atenção a efeitos de outros aspectos das Mudanças Climáticas temporalmente associadas ao aumento da temperatura. Pode-se mencionar a subida dos mares e o aumento das ocorrências climáticas extremas. Induzem migrações e os jovens são mais chamados a migrar, principalmente os jovens masculinos. Assim, pelo menos, se dá em relação a movimentos migratórios por expulsão, como é o caso dos acima citados. Os migrantes são atualmente, mais expostos à morte violenta, como os que vão transformando o Mediterrâneo num devorador de vida de migrantes que fogem de condições sub-humanas na África e algumas áreas da Ásia.

Ao se agregar à análise elementos que extrapolam o foco do artigo original sob comentário, se vê ser o problema do aumento da mortalidade dos jovens, associado à Mudanças Climáticas, ainda mais sério e grave do que o artigo original aponta. Clama,então, mais fortemente por Políticas Públicas que se contraponham ao efeito comentado.



CARRINGTON, Damian. Climate crisis likely to increase violent deaths of young people – report. Em: The Guardian. Londres, 13 jan., 2020. Disponível em: https://www.theguardian.com/environment/2020/jan/13/climate-crisis-likely-to-increase-violent-deaths-of-young-people-report. Acesso em 15 jan., 2020.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Neve artificial em Moscou, um exemplo de Adaptação



Um extremado exemplo de Adaptação ao Aquecimento Global vem com a inusitada temperatura de Moscou neste tempo de festas natalinas. Bem acima de zero graus centígrados. Sem neve, como esperado. Fez surgir e que fosse implementada a idéia de reparar a falta da neve com neve artificial. E assim, algumas ruas centrais puderam  contar com a novidade. 

Não estava a neve artificial, entre o numeroso rol das Adaptações listadas, realizadas e imaginadas, até então.


BBC. Moscow brings in artifical snow for New Year in mild winter. Disponível em: https://www.bbc.com/news/world-europe-50945383.  Acesso em 02 jan., 2020.