A adaptação ao Aquecimento Global
requer, para reduzir o impacto de
precipitações extremas em áreas
urbanas, o zoneamento das vulnerabilidades. Isso como medida inicial.
Em seguida vem os investimentos na construção de
reservatórios para contenção,
alteração das bacias na direção de torná-las
capazes de reduzir acúmulo d´água a
montante e relocação de atividades e
correspondentes ambientes construídos,
livrando-as de prejuízos decorrentes de inundações e de
deslizamentos.
Os estudos de previsões
(probabilísticas) de precipitações extremas vem
sendo realizados por unidades de
pesquisa climatológica. Representam
uma reduzida fração dos dispêndios
nacionais e do internacional com
pesquisa científica. Como tal
certamente vão continuar e até provavelmente
terão aumentada a fração que
representam do investimento em pesquisa
científica, sempre representando,
todavia, uma reduzida fração do total
dessa rubrica.
O zoneamento de vulnerabilidades pode
representar, em muitos países, uma
fração maior do que o gasto com
unidades de pesquisa climatológica. Mas, em
geral, é de pequeno porte comparado ao
dispêndio total do governo. Como tal vão sendo os estudos de
vulnerabilidades desenvolvidos, com nível de dispêndio determinado
pela composição de forças entre:
- os que acreditam e os que não acreditam nas consequências do Aquecimento Global;
- os que estão e os que não estão conscientes de que se deve investir em reduzir impactos e efeitos negativos;
- o efeito político positivo e o negativo dentro do horizonte
temporal das eleições.
Terminado e
publicado o estudo de vulnerabilidades tem-se a sensação de que os
responsáveis por instâncias dos estados nacionais tendem a
repousar, com se tivessem chegado ao sétimo dia, como se já se
tivesse feito tudo o que poderia ser feito para a Adaptação em
termos urbanos. Na verdade estudos de vulnerabilidade e sistemas de
avisos de precipitações extremas devem ser vistos como o começo.
Investimentos para a construção de
reservatórios de contenção, alterações das bacias dos cursos de
água e relocação de atividades e correspondentes ambientes
construídos, necessários do ponto de vista de cálculos
econômicos, principalmente se levam em conta custos sociais, são
de montante, em geral, de ordem de grandeza muitas vezes maior do
que os orçamentos públicos permitem e seriam totalmente reprovados
pela coletividade, a qual não estaria disposta a pagá-los.
No momento, dada a escassez de
recursos disponível e as restrições de aprovação pública, é
ideal que sejam os desastres provenientes de precipitações
extremas transformados em oportunidades de reconstruções feitas de
forma a evitar a futura renovação do desastre. A comoção do
desastres traz aprovação aos investimentos para evitar a
reincidência. É o caminho do possível.
Assim agiu o Governo do Estado de
Pernambuco. Avisou, por intermédio da APAC,
a iminência de uma precipitação extrema. Iniciou, logo que pôde,
a construção de reservatórios de contenção para evitar que se
viesse a reproduzir os prejuízos recordes causados pela cheia
recorde do rio Una,
ao sul do estado, em 2010.
Fica mais difícil a Adaptação às
Mudanças Climáticas quando se trata de males insidiosos como as
secas. No que diz respeito às pessoas hoje se está tratando de dar
resiliência capacitando os que moram no campo a acumular até 16 m3
de água em cisternas,
com água coletada dos telhados de suas casas.
A cisterna, quando construída com
placas de concreto pelos próprios camponeses, representa uma
instância de ação que os apóia, não só permitindo a água
durante os meses de seca, sem depender de doações, mas
dignificando-os
também pelo seu trabalho, construindo soluções e representando
uma oportunidade de ganho (e de difusão) de conhecimentos práticos
capazes, de com um mínimo de adaptação, ser usados em outras
atividades.
Finalmente, registre-se que estas
cisternas, têm nas "cisternas de placa" uma forma de
construção simples, desenvolvida por um pedreiro.
Um ser humano com seu conhecimento empírico, desprovido de educação
formal, incluído, portanto, no imenso déficit educacional
brasileiro. Mas criativo e motivado por uma solução ao
alcance técnico dos milhões e milhões que sofrm com as secas e
são irmãos seus na participação deste imenso déficit
educacional
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