terça-feira, 1 de abril de 2014

Eventos extremos, aumento da irregularidade climática, IPCC, Adaptação

Eventos extremos, aumento da irregularidade climática, IPCC, Adaptação


É tempo que antecede a novo relatório do IPCC. As notícias sobre o Aquecimento Global e seus efeitos vão tomando conta do noticiário. E voltam à tona as mudanças climáticas. Para muitos, qualquer rajada, qualquer chuvada forte, viram prova inconteste do Aquecimento Global. Cochilos na gestão de recursos hídricos, deixando uma metrópole com seu reservatório para mais dois meses de água, à espera da próxima estação chuvosa que vem a ocorrer nove meses adiante, expõem o Aquecimento Global como o grande vilão. Neste sentido algumas aclarações vão aqui colocadas.

Eventos extremos sempre existiram. Sempre existirão (enquanto o planeta for vivo). O que muda, com a presente mudança climática, é a frequência deles.  Trata-se de aumento de frequência de tipos de eventos previamente existentes, não de novos tipos de eventos. Assim nunca se poderá afirmar que a seca, produzindo uma calamidade pela via do reservatório de Cantareira, que abastece São Paulo, ou que a destruição de cidades inteiras na macro região da Mata Sul de Pernambuco, por uma inusitada cheia monumental no rio Una, três anos atrás,  testemunham a mudança climática, porque grandes secas e portentosas chuvadas sempre ocorrem.  O aumento da frequência de eventos extremos como estes, é que indica a mudança climática, não cada um deles isoladamente. O aumento da irregularidade climática é outro lado da questão, tal irregularidade não se constituindo em mudanças na frequência de eventos extremos, mas na simples distribuição de eventos não extremos.

Os climatologistas são os profissionais com competência atribuída para estudar os climas, as mudanças climáticas, as frequências de eventos climáticos extremos e sua razão de ser. Os mais destacados, em nível global, fazem, como regra, parte do IPCC (Não se exclui que hajam destacados climatologistas fora do IPCC, apenas são exceções). Unanimemente concordam, os que fazem parte do IPCC, com três assertivas: a) Já há mudanças climáticas e efeitos;
b) Pode ser dito, dentro das margens de segurança estatística, que preponderante causa das mudanças climáticas é o Aquecimento Global;
c) Quanto mais CO2 houver na atmosfera, mais intenso o Aquecimento Global por, conseguinte, as Mudanças Climáticas.

Se mudanças há, como as há, há que se adaptar. Não há como duvidar disto. Ações para reduzir perdas humanas e materiais constituem, uma forma de adaptação. As mais das vezes, por exemplo, não se pode evitar deslizamentos, que serão cada vez mais frequentes, mas se pode evitar mortes por deslizamentos, como ocorreram, na semana passada, no gigantesco deslizamento, afetando mais de 2,5 quilômetros quadrados no estado norteamericano de Washington.

A simples mudanças no padrão de precipitações, excluídos os eventos extremos, já é uma mudança que requer adaptação. Estações climáticas com menor precipitação fazem com que se requera maior capacidade de armazenamento para suprir demandantes com demanda de fluxo constante de água, como hidroelétricas.
É uma questão de adaptação.

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