quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Arquitetura, Mudanças Climáticas e terraços "adaptados" à região equatorial

As construções coloniais, com seus terraços ao redor das casas, evitando o aquecimento das paredes pela incidência direta dos raios solares são adequados aos regimes climáticos da região equatorial, onde as estações são "o inferno e o inverno" - respectivamente o período seco e o período em que há chuvas (nas ocorrências de seca plurianual, portanto, resta só uma estação, o inferno).

Nunca é demais frisar alguns detalhes arquitetônicos interessantes para um terraço adequado, adaptado ao Aquecimento





Uma boa altura, ou pé direito, como chamam, é importante, pois tem efeito em todos os dias em que o sol esquenta os telhados. Evita manter próximas das pessoas as telhas aquecidas pelo sol que, quanto mais quentes, mais emitem radiação infravermelha. O bolsão de ar quente, formado principalmente pela conveção, sob as telhas também não deve atingir os usuários do terraço. Deve haver espaço acima das pessoas para que o ar quente saia. Assim se consegue um melhor conforto térmico a qualquer hora do dia.

A altura do terraço, ou seja, das telhas mais baixas, apresentado na foto, pode ser inferida por terem as colunas cerca de duas vezes a altura de 1m70 de quem está cuidando de um vaso suspenso com plantas. Há mais de metro e meio acima das pessoas mais altas

Os vasos suspensos contribuem à formação de um ambiente agradável. Avisam a descuidados seres humanos do limite do terraço, o qual, no caso da foto, é vinte centímetros mais alto que o terreno subjacente. E têm ainda a função de evitar eventuais pingos trazidos por chuva com vento forte.

A vegetação inferior, ao longo do limite do terraço, também cumpre triplo papel. Contribui:
- à agradabilidade do ambiente;
- à função de demarcar o limite do terraço; e
- à de reter respingos advindos da água de chuva que cai sobre a calha de pedregulho disposta ao longo do limite do telhado.

 Esta vegetação em dois andares, no limite do terraço, tem razão diferente de dois andares no jardim, onde se busca reduzir a temperatura na terra no jardim, o que contribui a reduzir a temperatura do interior da residência.

A calha no solo, de pedra britada, disposta ao longo do terraço, externa à vegetação externa ao terraço, é um canal para conduzir a água precipitada sobre o telhado para longe das fundações do imóvel. Um canal cheio de brita, que contribui com o agradável ruído do gotejar do telhado.

Esta solução adotada para conduzir a água da chuva caida do telhado é conveniente num local onde o lençol freático é adequadamente alimentado pela água pluvial que percola o terreno, de onde água potável é coletada permanentemente. Não sendo assim, como assim não é na maioria do semiárido, calhas posicionadas logo abaixo do beiral do telhado devem conduzir a água para uma cisterna de tamanho suficiente para manter a residência abastecida de água durante o período seco.

O terraço dá sempre acesso ao interior da residência. Uma nota sobre a relação terraço-interior está numa postagem de maio de 2015.

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