quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Saco de plástico ou de papel. Eis a questão.






Sacos de plástico tomaram universalmente o lugar dos sacos de papel. Distribuídos nos estabelecimentos comerciais com custo já embutido nos preços dos bens são tomados como gratuitos pelos consumidores. A maioria destes, em grande parte dos países os descarta livre e descuidadamente no meio ambiente. Em áreas rurais passam a constituir parte desagradável da paisagem enquanto trazem problemas ecológicos onde são dispensados. Em áreas urbanas entopem redes de águas pluviais, causando alagamentos, entre outros estragos. Quando são carregados pelas águas terminam por poluir rios, lagos e mares, já constituindo, pelo seu lento, multidecenal, processo de degradação, um sério problema ambiental.



O custo ecológico dos sacos plásticos nos anos mais recentes, veio a ser visualizado por ativistas ambientais e já começaram a ser proibidos em algumas cidades. Estão sendo substituídos por sacos de papel, que se decompõem mais facilmente. Mas o custo ambiental dos sacos não decompostos não é o único custo ambiental dos sacos. Até chegarem ao uso por parte dos consumidores, o sacos sejam de papel ou de plástico têm custos ambientais referentes às suas confecções. Uma relação de custos comparativos é trazida por matéria da BBC no artigo https://www.bbc.com/news/business-47027792, apresentando os altos custos ambientais dos sacos de papel.



O descarte irracional pode ser evitado com uma combinação de educação, conscientização, custos privados a que os usuários fiquem expostos e repressão. Evitando o livre descarte tem-se uma substancial dos custos ambientais dos sacos plásticos. A conveniência dos consumidores também deve ser levada em conta. Para alguns usos e para alguns consumidores os sacos de papel podem introduzir grandes diferenças desfavoráveis, que podem ser consideradas juntamente com os custos ambientais. Impondo-se custos adequados aos consumidores pode lhes ser dado liberdade de escolha, resultando numa melhor situação quando os custos privados atuais são levados em conta juntamente com os custos ambientais.



Quando o uso do plástico é levado em conta de forma mais geral, abrangendo as embalagens plásticas há mais divergência entre o resultado do uso de diferentes plásticos e diferentes outros materiais. Um estudo de 2004 sobre a embalagem de erva-mate em embalagens plásticas mostrou grande superioridade face a outros materiais de embalagem:



O desenvolvimento de uma embalagem, utilizando características estruturais do PETmet/PE, adequada as características da erva-mate é uma alternativa eficiente para prolongar a vida útil da erva-mate, apresentando também como vantagem a manutenção da qualidade microbiológica e físico-química deste produto (SANTOS, 2004, p.89).



As diversas situações específicas devem ser estudadas e levadas em conta de forma racional para que, deixado de lado as radicalizações derivadas de decisões pouco ou não fundamentadas em informação adequada, se atinja melhor nível de bem-estar coletivo intertemporal. As universidades e centros de pesquisa podem colaborar com a importante questão de se considerar adequadamente os custos ambientais nas decisões de produção e uso de materiais acondicionadores.

A racionalidade conclama a que sejam explorados os limites do reuso dos sacos e outros acondicionadores plásticos; em seguida, que sejam explorados os limites da reclicagem dos sacos e outras embalagens plásticas. As situações radicais, de uso exclusivo de sacos e embalagens plásticas e imediato descarte, ou de banimento destes acondicionadores são muito atraentes a rebombar nas mídias, mas, em geral, não são exemplos de racionalidade.






BBC (2019). Plastic bags: Germany is passing a law to ban them. Disponível em: https://www.bbc.co.uk/newsround/47777112. Acesso em 31 out.

SANTOS, Kleber Alves dos (2004). Estabilidade da Erva-Mate (Ilex paraguariensis St. Hill.) em Embalagens Plásticas. Curitiba: Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná. Dissertação (Mestrado). Disponível em http://www.ufrgs.br/alimentus1/objetos/erva-mate/Arquivos/ervamate_kleberdissertacao.pdf. Acesso em 31 out. 2019.

EDGINGTON, Tom (2019). Plastic or paper: Which bag is greener? BBC. Disponível em: https://www.bbc.com/news/business-47027792. Acesso em 31 out. 2019.

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