quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Integração para resiliência - Países de língua portuguesa

As perspectivas de agravamento dos efeitos do processo de aquecimento global, que se abatem principalmente sobre a produção agropecuária e têm no Polígono das Secas, do Nordeste brasileiro e na África um forte efeito sobre as populações. Aconselham considerar a inclusão nas agendas de integração internacional de variáveis que contemplem ações e medidas destinadas a facilitar a adaptação aos novos climas que vão se formando. Ou seja, construir resiliência face às adversidades que se prometem mais fortes e mais frequentes.

Os países de língua portuguesa já são, em geral, participantes de esquemas de integração regional. Mas, a estes pactos podem associar um outro, onde linguagem e componentes comuns de suas culturas facilitam a interação e onde outras variáveis além do comércio, podem ser ressaltadas. As perspectivas de maiores e mais frequentes desastres naturais, impondo crescentes perdas pedem mecanismos de integração, visando a formação de conhecimento comum, visando reduzir os efeitos negativos. A ideia da integração para resiliência pede ser considerada.

A natureza da adaptação, em geral, está correlacionada com a posição geográfica e econômica das nações. É previsto que a área seca, no entorno do Equador deve aumentar, reduzindo a produtividade agrícola tropical. Mas, para as áreas fora da região equatorial, quer por serem mais ao Norte, quer por serem mais ao Sul, a adaptação representa, principalmente, obter o máximo proveito econômico das novas oportunidades criadas. Aos países e regiões equatoriais a adaptação representa um conjunto de ações para reduzir as perdas.

Já trabalhando cerca dos limites máximos de temperatura para os seus cultivos e criações, necessitam os equatoriais adaptação intensiva para que possam continuar cultivos e criações capazes de dar suporte alimentar à vida humana nas regiões equatoriais. Dependem de pesquisa para que haja o desenvolvimento de cultivares que, sem perda de conveniente produtividade, aceitem temperaturas mais elevadas e simultaneamente resistam mais a stress hídrico e a sessões de excessiva umidade edáfica (proveniente das precipitações concentradas).

Considerando conjunto de medidas de adaptação a serem estudadas para formação do conhecimento comum, três aspectos devem ser destacados:
a) Em primeiro lugar, pelo benefício geral da Humanidade, medidas de adaptação que sejam também de mitigação devem ser preferidas a outras medidas de adaptação que, em condições de coeteris paribus em relação aos benefícios e custos de adaptação, produzam menores benefícios de mitigação;
b) O aquecimento, com a incerteza que traz, vem acrescentar mais um sério motivo para que se encete, em todos os locais, nos países periféricos, uma revolução da educação. As soluções devem ser conhecidas, escolhidas e aplicadas por um quase sempre grande número de agentes, principalmente os dispersos na imensidão das áreas agricultáveis;
c) As soluções de adaptação tenderão a ter menor custo para os usuários e serão tão mais facilmente
assimiladas e empregadas quando assimilarem da melhor forma possível o conhecimento e práticas
produtivas atualmente em uso e quando permitirem a tradução de resultados científicos em informação aplicável à produção (IGES, 2007).

As terras brasileiras e africanas guardam coincidências que apontam a uma integração de conhecimento para formação de resiliência ao Aquecimento Global. De acordo com a Teoria da Deriva dos Continentes e a atualmente irrefutada Teoria Tectônica, têm explicações de porque se separaram após terem pertencido a um só continente (CELINO; MARQUES; LEITE, 2003). Têm mesma gama de latitudes. Portanto, a menos das diferenças provocadas pela interferência do grande complexo asiático de montanhas, responsável pelo Saara e da cordilheira dos Andes, responsável pela formação da Amazônia, têm a mesma gama de climas.

A semelhança de climas e terras dantes unas dá uma maior dimensão territorial de aplicação das soluções que sejam geradas para a construção de resiliência. É uma situação onde a cooperação entre nações expande a racionalidade do esforço de pesquisa. A cooperação é ainda mais aconselhável quando parte dos países está numa localização a ser mais afetada do que a média pelo aquecimento global e carece de instituições de pesquisa agropecuária de forte tradição. E ao mesmo tempo dispõe da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, a maior empresa de pesquisa agropecuária a nível mundial.

Vital, também, é o suporte para o desenvolvimento de programas de saúde pública, para os quais se reconhece a necessidade de avanços em medicina preventiva, para os quais a integração de conhecimento pode contribuir.

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