sexta-feira, 2 de março de 2018

Brasil festeja crescimento "migalha" de 0,23% do GDP (PIB) per capita em 2017

A economia brasileira cresceu negativamente seu GDP (PIB) per capita entre - 0,80 % e - 0,90% entre 1990 e 2015, em comparação com o GDP mundial. Os anos de 2015 e 2016 foram excepcionalmente cruéis, com crescimentos anuais do produto per capita no entorno de - 4% em cada um destes dois anos (Da ordem de -6% ao ano se considerado como relativo ao GDP mundial). Do ponto de vista de indicação da capacidade de Adaptação ao Aquecimento Global pelo crescimento do GDP relativo ao mundial encontrou-se uma capacidade abaixo da média mundial entre 1990 e 2015. A brutal recessão piorou a situação relativa. Uma medida tomada pelo legislativo congelou o orçamento público disponível para os próximos 19 anos (foi por 20 anos, mas um ano já se foi). Ou seja, pelas próximas duas décadas estará o Brasil com a capacidade de  Adaptação seriamente prejudicada, pois Adaptação requer gastos extras no presente para evitar perdas no futuro. E gastos públicos extra estão fora de propósito.

Ontem, 1 de março de 2018, os jornais de notícias das televisões expuseram com grande alarde o cresimento de 1% do GDP (PIB) em 2017, em fala do senhor Ministro da Fazenda. Saimos da recessão com 1% de crescimento do PIB medido em termos convencionais, auto-referenciado. Sem dúvida a economia brasileira já bateu no fundo do poço. O PIB per capita convencional, o que tem valor para os cidadãos em vez do PIB nacional, parou de diminuir. E apresentou um crescimento auto-referenciado de 0,23% em 2017, pois a população cresceu 0,77% neste ano (valor de 1 de julho de 2016 a 30 de junho de 2017, Diário Oficial da União, 30 de agosto de 2017, p.55). Continuou a haver um forte declínio anual em relação ao GDP per capital mundial. Mas ter encontrado o fundo do poço é um real motivo para festa.

Há uma indubitável situação de superação do estado de decréscimo do PIB per capita auto-referenciado, ou mesmo de desgraçada estabilização num valor constante.  Ou seja, volta o Brasil a crescer quando comparado a si mesmo em momentos anteriores. Pifiamente, sim, mas comemorável como fim de uma  recessão. Mas, não dá para comemorar aumento da capacidade de Adaptação. 




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