Inovação. É colocada, por muitos autores, como algo novo a ser efetivamente adotado no mercado. É um conceito restritivo. A insistência em adotar este conceito representa um viés ideológico. Representa um tipo de pensamento que coloca o mercado como com tal grau de hegemonia que abarca todas as esferas das ações humanas. O mercado é importante para a alocação de recursos econômicos. Torna-se saudável quando este mercado se movimenta num marco regulatório estabelecido por um governo, muito melhor ainda se for um governo democrático.
Há relações humanas que se desenvolvem fora do mercado. Pense nos voluntários que dedicam parte dos tempos de suas semanas a causas que beneficiam outros seres humanos. As inovações que eles adotam não são adotadas num ambiente de mercado. Inovações de uso de produtos podem ter vez no âmbito pessoal e nunca irem a mercado. Num outro extremo, por exemplo, há os governos, que podem abrigar inovações que também são efetivamente usada sem terem ido a mercado. E, asssim, por diante. Se isto acontece hoje, mais ainda, teve lugar quando o concetio de não se aplicava às ações humanas.
Pense num produto simples para os humanos de hoje, mas complexo quando foi desenvolvido, como o kit arco e flecha. Não se sabe quando foi desenvolvido, mas é tão antigo que não há tribo indígena descoberta que não domine a tecnologia de construção de uso de arco e flecha. Há muitos milhares de anos o homem domina esta tecnologia. É tão antiga que se difundiu sobre toda a terra, mesmo entre tribos que se mantinham praticamente isoladas.
Inovações para Adaptação às Mudanças Climáticas quardam esta situação de parte delas não ir a mercado. São efetivamente empregadas sem que parte delas o sejam "no mercado".
A primeira Inovação na questão da Adaptação pode ser a execução de uma ação resultante de um entendimento de que a Adaptação é necessária. Uma pesquisa junto às mais de duas mil prefeituras das regiões Norte e Nordeste do Brasil, realizada na Fundação Joaquim Nabuco, órgão de pesquisa do governo federal brasileiro, cujo relatório foi publicado em 2010, encontrou que uma medida importante de Adaptação é as prefeituras terem secretarias de Meio Ambiente. Não deve ser uma secretaria mista, de Meio Ambiente e outro assunto, como, por exemplo, Meio Ambiente e Turismo, ou Meio Ambiente e Agricultura. Deve ser uma secretaria de Meio Ambiente, exclusivamente de Meio Ambiente.
Uma secretaria de Meio Ambiente tem de justificar sua existência com ações especificamente sobre Meio Ambiente. Uma secretaria relativa e Meio Ambiente e outro assunto pode se justificar com as ações sobre o outro assunto. Isto é o que geralmente acontece, encontrou a pesquisa, quando outro assunto reparte conuntamente com o Meio Ambiente uma mesma secretraria. Uma secretaria de Meio Ambiente termina por entender que a Adaptação é importante. E a desenvolver medidas de Adaptação. Mesmo que não sejam anunciadas como tal. Muitas vezes são anunciadas como Medidas de Convivência com a Seca. Para efeitos práticos, em áreas semiáridas, como a brasileira, Convivência com a Seca e Adaptação ao Aquecimento Global/Mudanças Climáticas são sinônimos.
[A Educação Populacional Rural é outra inovação para adaptação, não de mercado]
[A pesquisa dirigida à Convivência com a Seca/Adaptação ao Aquecimento Global]
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