domingo, 2 de novembro de 2014

Adaptação: há diferentes posições nacionais


Há varias posições que podem ser adotadas em relação à Adaptação ao Aquecimento Global. O reconhecimento do fenômeno Aquecimento Global e seus efeitos pode fazer centrar a atenção em procurar se contrapor à evolução do fenômeno, em sua intensificação, sem que atenção seja dada à Adaptação. E quando há reconhecimento da necessidade de Adaptação, este pode se dar com efetivas ações, em diversos níveis, ou pode o reconhecimento parar em si próprio, gerando inserções inócuas de alertas para a necessidade de Adaptação em meio a documentos que, de fato, apenas tratam de Mitigação. Procurando encontrar a resposta da propriedade e da importância da Adaptação ao Aquecimento Global, pode-se observar as efetivas medidas tomadas por governos nacionais em relação a esta questão.
O tratamento da questão da Adaptação ao Aquecimento Global nos diversos países representa o resultado de pressões de grupos, que é muito variado entre países. A postura de governos decorre, de certa forma, do resultado do embate de forças internas, parte delas atreladas aos interesses da reprodução do capital, principalmente vista por agentes que atuam globalmente, e parte delas atreladas a interesses de bem estar das populações. Os que atuam globalmente centram-se na mitigação, uma condição necessária para a garantia da civilização humana. Ou, simplesmente aderem aos que põem em dúvida a existência do Aquecimento Global, ou de seu efeito, as Mudanças Climáticas.
Há muitos fatores que contribuem para uma extremada variância na forma de tratar a questão. O Aquecimento Global produz efeito líquido visto como favorável pelos situados em altas latitudes, onde o aumento médio de temperatura favorece à produção agropecuária, sendo bem colocado na expressão, refletidora de um certo grau de autoconfiança, no Canadá e nos Estados Unidos, sobre a produção agrícola nas próximas décadas: Canada and the US should not have to worry about food security at home (INTERNATIONAL, 1997. Soma-se tal vantagem e, em parte a constitui, o aumento do teor de carbono na atmosfera, o principal causador antrópico do próprio Aquecimento Global, que age sobre a fotossíntese, aumentando a sua eficiência, colaborando, assim a um aumento da produtividade agrícola. Outras nações, todavia, contabilizam ao Aquecimento Global larga margem de efeitos negativos, quer na extensão plena de seus territórios, quer em largas frações deles.
As diferentes exposições a efeitos do Aquecimento Global têm necessariamente, por si só, que produzir efeito sobre a posições dos países face a esta Adaptação. Veja:
 Portugal em Adaptação;
A Alemanha prepara-se;
A Argentina demanda finaciamento  
Perú: Adaptação considerando os saberes locais
Japão: novo arroz para um clima mais quente  
França: transparência


O tratamento dado à questão das medidas de Adaptação ao Aquecimento Global tem diferentes abordagens em cada país comentado, devido aos posicionamentos específicos dos países em relação ao Aquecimento Global e à questão das mudanças climáticas. São pontos de concordância o reconhecimento das mudanças climáticas e da necessidade da adaptação.
Em relação às medidas de Adaptação, alguns países demonstram um maior avanço na operacionalização das medidas. Outros apresentam planos estratégicos que ainda não saíram do papel, mas que antecipam um futuro com melhores prognósticos devido ao planejamento, para que as medidas não sejam apenas reativas e sim, preventivas. E há ainda os que estão cientes da importância da Adaptação, mas ainda não têm as estratégias formuladas oficialmente, estão ainda iniciando estudos mais específicos sobre o tema.
As referências consideradas mostram a questão da Adaptação ao Aquecimento Global estar sendo dada importância, também pelo direcionamento de esforços tomados de forma específica, própria, não misturados com mitigação. Na verdade, misturar num documento os objetivos de mitigação e adaptação, como se de igual prioridade fossem, termina por mascarar a prioridade dada à mitigação e o descaso para com a, nos países equatoriais, crucial adaptação.

[Instâncias de conhecimento produtivo em uso em convivência com a seca podem ser vistos em Na região equatorial: Convivência com a Seca = Adaptação ao Aquecimento Global]

De:
DIAS, Adriano; MEDEIROS, Carolina 
(Consultores:  MELO,  Lúcia; SUASSUNA, João; TÁVORA, Luciana; WANDERLEY, Múcio)
Convivência com a Seca e Adaptação - realidade e pesquisa

Relatório Parcial da Pesquisa  Adaptação ao Aquecimento Global:
uma visão sobre a pesquisa agropecuária no Norte/Nordeste
Coordenação de Estudos em Ciência e Tecnologia - CECT/Fundação Joaquim Nabuco  www.fundaj.gov.br.    Recife, 2014

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