Fruta é uma palavra que desfruta de
muitos significados diferentes, conforme seja o contexto a que está
exposta. Em botânica, vem em masculino, um fruto. É o ovário e
respectivas sementes amadurecidas que resultaram da fecundação de
uma flor. Em muitas espécies o fruto incorpora o ovário e os
tecidos circundantes. São assim os frutos, em botânica, resultados
do florescimento das plantas e meios para a disseminação de suas
sementes.
Os alimentos quando denominados
frutos, apontam a frutos de plantas comestíveis, doces ou um tanto
ácidos, carnudos, e por vezes, um tanto oleosos, o que inclui, como
exemplo, ameixa, banana, carambola, damasco, embaúba,
fruta-do-conde, goiaba, heistéria, ingá, jabuticaba, limão,
maracujá, nectarina, oiti, pitomba, quesito, romã, sapoti,
tamarindo, umbu, vaccinium,
xixá e ziziphus.
Um grande número de produtos florestais, como nozes, ou de cultivo
sazonal, como, grãos, são frutos em botânica mas não o são na
culinária. A enorme variedade de frutos não permite que uma única
terminologia a encaixe (BRASIL, 2002).
Há numeroso conjunto de frutos
considerados valiosos para a alimentação humana, sendo consumidos
frescos ou, processados para superação relativa da perecibilidade,
tais como desidratados, em conserva, na forma de massas ou de
compotas. Há frutas utilizadas para a produção de bebidas não
alcoólicas, como sumos (suco de laranja, de maçã, de uva, etc) ou
para fazer bebidas alcoólicas, como o vinho e bebidas destiladas.
Os frutos possuem, em geral, um alto
valor nutricional e carregam geralmente altos índices de fibras,
água, vitaminas e sais minerais. A fruta contém também diversos
antioxidantes fundamentais para a saúde e preservação dos tecidos
celulares. O consumo regular de frutas tal como prescrito no Harvard
Health Eating Plate: eat
plenty of fruits of all colors
(HARVARD,
2012), está
associado à redução de doenças cardiovasculares e de algunas
outras doenças degenerativas.
Frutas são indispensáveis na mesa da
população. Uma região da extensão do semiárido brasileiro, para
se manter habitada, deve ser capaz de produzir frutos em meio ao processo
de Aquecimento Global.
A Embrapa Mandioca e Fruticultura,
como é rotulado o Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e
Fruticultura da Embrapa - CNPMF, criado em 1975 como unidade
descentralizada, visa realizar e coordenar pesquisa, desenvolvimento
e inovações para a sustentabilidade da agricultura, com foco em
mandioca e fruteiras tropicais. Desenvolveu sistemas de produção
para abacaxi, acerola, banana, citros, mamão, mandioca, manga e
maracujá.
A relação destas fruteiras com a
exigência de água, escassa na área semiárida, pode ser bem
representada:
- pelo mamoeiro, muito exigente em água, tanto no período de crescimento quanto no período de produção, sendo necessário irrigar a cultura quando houver déficit hídrico acentuado e/ou má distribuição de chuvas (CNPMF, 2012b); e
- pelas plantas cítricas, que se desenvolvem melhor com cerca de 1.200 mm anuais de regime pluvial bem distribuídos (CNPMF, 2012c).
Respeitando características próprias
das fruteiras acima relacionadas, nenhum sistema foi desenvolvido
para as condições de produção em sequeiro do semiárido. A
convivência com baixos níveis de umidade edáfica foi trabalhada
com a utilização de sistemas de irrigação, incluidos nos sistemas
de produção desenvolvidos, aplicáveis a uma pequena fração da área do semiárido.
A atenção às condições
prevalecentes no semiárido
veio, no que toca às
frutas, à tecnologia agroindustrial. Frutas encontradas nativamente
foram objeto de atenção da CNPMF através do desenvolvimento de
tecnologia para seu processamento, como a compota de umbú-cajá, a
geléia de cajá e de umbú e o doce cristalizado de umbú (CNPMF,
2012d).
A relação diretamente com as
culturas de sequeiro, necessariamente predominantes no semiárido,
veio dizendo respeito à mandioca. Para elas foram desenvolvidos
sistemas de produção para cinco áreas: a Região dos Tabuleiros
Costeiros, o Estado do Amapá, o Estado do Pará, a Região do
Cerrado e a Região Semiárida (CNPMF,
2012e).
De:
DIAS, Adriano; MEDEIROS, Carolina
(Consultores:
MELO,
Lúcia;
SUASSUNA,
João; TÁVORA, Luciana; WANDERLEY, Múcio)
Convivência
com a Seca e Adaptação - realidade
e pesquisa
Relatório
Parcial da Pesquisa Adaptação
ao Aquecimento Global:
uma
visão sobre a pesquisa agropecuária no Norte/Nordeste
Coordenação de Estudos em Ciência e Tecnologia - CECT/Fundação
Joaquim Nabuco www.fundaj.gov.br. Recife,
2014
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